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Post: Flávia Alessandra: beleza, sucesso e ação social

Flávia Alessandra: beleza, sucesso e ação social

Flavia Alessandra está na novela “Salve-se quem puder”, da Globo

Flávia Alessandra sabe da importância que ela tem para a dramaturgia. É através de personagens importantes que ela marca a sua trajetória na televisão, mas muito mais que isso, é uma atriz consciente da sua importância na sociedade como cidadã, por isso, ela decidiu se envolver com projetos sociais que viabilizam mulheres que tenham sofrido violência doméstica. “Era algo que sempre tive vontade de fazer. Essa foi a minha transformação. É um processo de dentro pra fora. Nós mulheres estamos mais unidas, nos permitindo ouvir uma às outras, trocar ideias, é um momento incrível, a nossa ficha está caindo e acabando a rivalidade. Juntas somos mais fortes”, disse a atriz que é embaixadora da “Brazil Foundation”. Na TV, ela vive mais uma personagem em novela, desta vez uma mulher com um passado obscuro que irá se revelar na trama de “Salve-se Quem Puder”. “Eu não conseguia decifrá-la muito bem, dei pra trás, mas eu acabei seduzida por essa interrogação, mas quase não aceitei”, confidenciou. Por conta da epidemia do novo coronavírus, a novela teve sua gravação interrompida, mas voltará a ser exibida no próximo semestre.

REVISTA REGIONAL: Depois de fazer “O Sétimo Guardião”, você está de volta em “Salve-se Quem Puder”,onde você interpreta Helena. Como surgiu o convite para participar desta novela?

FLAVIA ALESSANDRA: O convite veio através do Fred (Mayrink, diretor). Quando ele me entregou a sinopse, fiquei super empolgada para trabalhar com ele, mas fiquei com muito receio porque é uma personagem que eu não conseguia decifrar muito bem, dei pra trás.Não sei quem é essa mulher, o que ela é… O Fred me colocou para falar com o Daniel (Ortiz, escritor) e eu acabei sendo seduzida por essa interrogação, mas eu quase não aceitei. Ela ainda é uma incógnita para mim, mas ao mesmo tempo está me dando muita vontade de fazê-la. Ela é uma mulher muito bem sucedida no ramo da gastronomia, é casada, tem dois filhos que são enteados, tudo corre uma maravilha, porém ela tem uma filha abandonada na fronteira do México com os EUA.

A Helena é uma mulher moderna, que usa roupas de grife, está sempre muito bem arrumada, e para interpretá-la você mudou também os cabelos, que estão mais curtos…

Eu adoro cabelo curto, mas eu queria um pouco mais radical, sou muito suspeita e o meu marido também (Otaviano Costa), é bom quando um companheiro incentiva. Quando a novela acabar, eu vou dar uma raspadinha de lado e pintar. O cabelo curto é uma delícia porque é muito prático e rápido e eu adoro mudar, quem me acompanha e me conhece sabe, sou geminiana, cada hora é de um jeito. Estou lendo um livro sobre o tempo, é um livro sobre física.Uma molécula, uma partícula não muda se não houver movimento, nós temos que estar nesta busca, errando ou acertando, mas precisamos estar em movimento. Eu já errei na escolha de alguns cortes, quando eu tinha 12 anos, eu fiz uma franja que parecia um capacete, acho que era moda nos anos 90, foi um erro na minha vida. O cabelo de fato é uma moldura não só do rosto, mas da nossa personalidade, espelha muito o que somos. As minhas filhas adoraram a mudança, a Olívia ficou mexendo umas 20 mil vezes, fez vários penteados. O Otaviano sempre teve vontade que eu cortasse o cabelo assim, o meu marido é maravilhoso né? O cabelo curto deixa a mulher mais sensual, mais feminina, eu adoro e a Helena é uma mulher assim, aliás, mulher é sinônimo de fortaleza, porque de tudo a gente dá conta, somos uma fortaleza mesmo, de coragem que é um adjetivo feminino. A minha personagem é essa mulher que se acha por cima, talvez a Helena tenha me dado esse item. Esse foi um passo de ousadia, mas muito perfeito para a personagem e para a minha realidade, mas eu já cortei mais curto que isso, Joãozinho mesmo, foi na novela “Beijo do Vampiro”, em 2002.

Como você se sente quando se torna referência de moda?

É uma delícia! A novela tem esse poder na nossa cultura e eu acho que essa função também influencia a moda, é uma forma de levar a comunicação, é muito bacana quando você está na rua e alguém fala “Eu passei a usar o cabelo igual ao seu, agora estou usando o sutiã aparecendo, estou achando lindo”. É muito legal. A personagem que mais lançou moda, se eu não me engano, foi a Vanessa de “Pé na Jaca” (2006). Eu virei a golden girl porque tudo que eu usava estourava, foi quando lançamos a moda do body com roupas e depois passamos a ver nas ruas no dia a dia, tudo que usávamos era

um acontecimento. Eu também amo moda porque faz parte da minha vida, e de fato é uma forma de expressão para compor os personagens, é fundamental.

Você comentou sobre os cabelos curtos deixá-la mais sensual, mas em que momento você se sente sexy?

Difícil essa pergunta porque eu acho que se sentir sexy é o estado de espírito. Existem dias em que a gente acorda se sentindo sexy, ou melhor, mais bonita, e tem dias que não. Eu não sei se é o look propriamente dito, mas a nossa atitude. Eu amo vestido, como amo usar saia, mas também calça sequinha, então você pode perceber que eu não consigo definir um look. A moda é muito cíclica, eu absorvo o que eu curto. Eu tenho uma calça jeans muito antiga, peças da minha avó.Por exemplo, vestidos de quando a minha mãe estava grávida de mim e eu usei também, tirei fotos grávida, eu ainda tenho o meu vestido de casamento…(risos).

Na trama você é dona de um estabelecimento chamado “Empório Delícia” que vende chocolates, você gostaria de ser dona de um lugar como este? Aliás, como é manter um corpo maravilhoso como o seu, aos 45 anos?

Eu adoraria. Eu já tenho um lado empresarial realizado com o meu salão com o Marcos Proença, mas gostaria de ter um estabelecimento gastronômico, você está falando com uma pessoa que tem várias fraquezas dentro de um mesmo local de comida, vinhos, drinks, doces elaborados, sorvete. Eu adoraria ser dona disso tudo. Amor, eu busco equilíbrio na vida, mas a fraqueza continua lá, ela existe, mas lógico que me dou o direito, principalmente aos fins de semana, e, às vezes, a gente tem algumas escorregadinhas durante a semana também, eu não nego, de repente surge uma amiga que está de férias e não tem jeito, é hora de aproveitar a vida, mas eu malho mais, compenso depois. Eu faço de tudo um pouco, a minha busca é sempre pelo bem estar. Eu como de tudo, gosto de comer, como carne vermelha duas vezes por semana e equilibro com outros alimentos, e com a atividade física é assim também. Eu também treino pesado, faço yoga, faço trilha, danço, vou variando, mas sempre alguma atividade física.

Você chegou a ficar preocupada com a chegada dos 40?

Eu tenho praticado coisas novas na minha vida, como a meditação, yoga e trabalhos sociais que era algo que sempre tive vontade de fazer. Essa foi a minha transformação. Eu já tenho a minha carreira que é sempre um desafio, a minha família, mas queria algo a mais dentro de mim, como conhecer pessoas distantes do meu mundo, mas que estão ali do lado, efetivamente eu já participei de ações como construções de barracos. É um processo de dentro para fora. Eu tenho muitos projetos ligados a mulheres, isso me faz me sentir um ser humano melhor. Nós, mulheres, estamos mais unidas, nos permitindo ouvir uma as outras, trocar ideias, é um momento incrível, a nossa ficha está caindo e acabando a rivalidade. Juntas somos mais fortes. Essa inquietude é a falta de sacudir a vida e se tornar protagonista, tomar as rédeas da vida, da carreira, do casamento, isso se tornou possível porque eu passei a delegar mais, passei a não fazer coisas que não eram fundamentais. São duas coisas, delegar e colocar os homens para participar e eles estão passando por uma transformação maravilhosa.

Falando sobre estética, o que você se deu conta que nada seria como antes?

O que mais mudou foi o colágeno, a massa magra, depois dos 40 a gente tem que entender que tem que intensificar a musculação porque é o que vai balancear, “Ah, mas você quer ficar sarada, quer ficar bonita”, não, é pra segurar a musculatura, a ossatura pra você não sentir dor, ter joelho. Graças a Deus eu acordo até hoje e não tenho dor, nenhuma. Quando entramos numa rotina não sentimos dores. Quando eu faço dança e me empolgo como na última aula que nós abrimos um escapate e faz 20 anos que eu não faço isso, e abri umas 20 vezes, fiquei quebrada no dia seguinte, mas por conta do que eu fiz, mas dizer que eu acordo com dor, não. Porque a musculatura está fortalecida, é a base de tudo. A minha mãe está com 72 anos e o meu pai com 83 e eles estão muito bem. Ele entrou para musculação uns quatro, cinco anos mais ou menos e conseguiu mudar a postura, porque ele estava ficando velhinho, e agora ele voltou a ser o meu pai, está com tônus, é importante demais se cuidar. O músculo também tem memória, eu fiz dança a minha vida inteira, mas teve um momento que eu estava muito grande, inchada, enorme, não era o corpo que eu desejava, nada contra, mas não era o que eu queria. Hoje não tenho esse problema porque a massa cai mesmo, é onde tem que

fortalecer, essa foi a grande mudança que eu fiz, intensificar o treino de força e musculação. Eu sou feliz com o que vejo no espelho, sempre fui, a única coisa que eu mudaria é o meu tamanho, mas não dá pra mudar, então vamos descobrir a felicidade dessa forma, durante a gravidez a gente sai do nosso corpo também, tudo tem suas faces.

Essa questão de o colágeno diminuir com o tempo, você já usou procedimentos estéticos?

Eu já fiz botox, mas não sei os nomes dos procedimentos, eu faço muito laser, principalmente quando volta o meu melasma, tive durante a gravidez, sou uma pessoa que gosta de sol, infelizmente, mas sempre que trato o melasma, trato o colágeno também. As rugas estão todas aqui, por enquanto, não cheguei nessa paranoia não, é algo saudável. Esses dias eu estava ouvindo as sabedorias da minha mãe: “Filha envelhecer não é uma maravilha” (risos), eu morri de rir com ela, mas poxa é tão bom porque você está mais madura, são 50 anos com o meu pai, “Mas minha filha, tudo cai, tudo que você possa imaginar, cabelo, gengiva” (risos), olha o desespero. O lado da sabedoria é claro que é maravilhoso, mas perder a vitalidade… Eu tenho uma bisavó que está com 102 anos, eu tenho essa genética boa, mas sabemos o que perdemos com o tempo. Não me assusta envelhecer, me assusta a velocidade do tempo hoje, isso me assusta muito, piscou os olhos o tempo já passou (risos). O tempo é o mais precioso, se pudéssemos parar, estagnar… Eu realmente tive a sensação que o ano anterior passou numa velocidade… Eu não sei se é porque estamos absorvendo muito mais informações, conteúdo, um corre, corre, atividade. Antigamente o ritmo era outro, mas isso me assusta, eu tenho que parar pra ficar admirando as minhas filhas, olho a Giulia que já vai fazer 20 anos, a Olívia que está quase do meu tamanho com nove anos de idade, o tempo voa.

Falando um pouco sobre esses projetos que mudaram a sua vida, poderia dar alguns detalhes da sua participação efetivamente?

Eu faço parte do “Brasil Foundation”, sou embaixadora há uns quatro anos, fui visitar Brumadinho, as mulheres têm autonomia para construírem suas casas, mulheres que não tinham protagonismo na vida, não trabalhavam, eram completamente dependentes de seus maridos, hoje elas fazem cursos com arquitetas, engenheiras que ajudam como montar, como planejar, qual o tamanho ideal, qual o custo, e elas levantam suas casas e se tornam

protagonistas e comandantes de casa. Elas assumem as rédeas. Eu também estou envolvida com outro projeto “Cidades Invisíveis” que é no Sul, aliás, a Jujuba (Giulia, filha) é madrinha desse projeto. A ideia é desenvolver moda com as comunidades locais, são mulheres que não tinham nenhuma autonomia, hoje elas bordam a mão, é muito lindo porque é tudo na base de doação, são senhoras, mulheres que não trabalhavam, completamente dependentes, mulheres que sofriam violência.

Sua filha Giulia está a cada dia mais linda e faz sucesso principalmente na praia, assim como você, como é relação entre vocês três, já que são três mulheres numa casa, apenas com o Otaviano de homem?

Ele é totalmente mandado! Mentira! Ele aguenta muito bem, porque é muita mulher, é muito palpite, mas ele consegue driblar bem no meio de todas nós, e me substitui quando não estou em casa, quando estou viajando, nós fazemos uma boa parceria. A Jujuba sempre foi uma carioca da gema, ela ama praia como eu também amava, só que hoje o tempo me fez me afastar mais do sol, nosso inimigo mortal, mas ela com aquele bronze inteiro, pode se expor muito mais. Nós estamos morando em frente à praia, ela entra na faculdade alguns dias às nove, dez da manhã e outros à tarde, ela acorda mais cedo pra conseguir dar um mergulho e ir pra faculdade, mas sempre tem fotógrafos, faz parte, ela também não deve abrir mão do prazer maior dela por conta disso, acaba sendo a nossa rotina de treino, ida à praia, passeamos com o cachorro, andamos de bicicleta, tem toda uma vida carioca e volta e meia ela é flagrada. Já a Olívia tem nove anos, as duas se amam muito, domingo foi o dia inteiro juntas, dormiram juntas, volta e meia elas fazem uma programação, a Giulia às vezes pega a Olívia no colégio e vai passear no shopping, ela já está dirigindo, então fica mais fácil, mas cada uma tem seu jeitinho, cada uma com a sua época, a Giulia fica impressionada porque na época dela tinha DVD no aniversário de dois anos, hoje não existe mais… Ela lembrou que o primeiro celular que ela teve só fazia ligação, nem foto fazia (risos)…

Você sente ciúmes do Otaviano e vice-versa?

Eu sou ciumenta porque ele faz esse tipo “Eu sou legal, sou bacana, vou chegando”, a mulherada cai em cima, mas ele verbaliza o ciúme, o meu é um olhar fulminante que já diz tudo.

Falando em ciúmes você dá pitacos nos relacionamentos da Giulia também?

Lá em casa todo mundo dá pitacos em tudo, é saudável, dividimos dúvidas, questões, desentendimentos, tem ou não razão, acabamos aceitando bem tanto de um lado, como de outro, participamos todos juntos, é a minha família num todo, somos muito próximos e sempre estamos sabendo muito da vida de todo mundo.

Quando as novelas que você participou são reprisadas no canal Viva, como as suas filhas reagem quando te veem de maneira diferente na televisão?

A Olívia acaba vendo alguma coisa porque eu estou assistindo ou atualizando, até os próprios vídeos que eu tenho da família, ela se diverte e tem horas que ela se acha muito parecida comigo, tem outras que não, mas o que me impressiona mesmo é que as duas já estão roubando as minhas roupas. A Olívia também está usando, outro dia eu saí com as duas e falei “Não estou acreditando, esse é o meu casaco”. Ela tem mania de usar casaco um pouco maior, ela está roubando todos os meus casacos e blusas compridas…

texto: Ester Jacopetti

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