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Outubro Rosa: mitos e verdades sobre o câncer

Outubro Rosa é o mês de conscientização sobre o câncer de mama

Especialista tira principais dúvidas das mulheres sobre a doença e responde a 15 perguntas

 

Apesar de ser o tipo mais prevalente entre as mulheres, o câncer de mama ainda é um tema cercado por mitos. Dúvidas como “sutiã apertado ou antitranspirantes roll-on causam câncer?” são apenas algumas das manifestações que a mastologista Andrea Cubero, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, recebe em seu consultório todos os dias. Para ela, a falta de conhecimento – ou a propagação de informações erradas – é um dos principais fatores que impedem um diagnóstico precoce. Por isso, a médica defende que se fale mais sobre o assunto. “Isso estimula as mulheres a buscar informação mais cedo e fazer o autoexame, atitude que pode salvar muitas vidas”, frisa. Abaixo, uma lista com as principais dúvidas sobre o câncer de mama, sua incidência, grupos de risco, causas e tratamentos, respondidas pela mastologista.

1- Quais os sintomas e os tipos de câncer de mama?

Os sintomas mais comuns são os nódulos irregulares e endurecidos, muitas vezes aderidos aos planos profundos da mama, inversão do mamilo, retração da pele da mama (como se fosse uma “covinha”), fluxo papilar (saída espontânea de secreção pelo mamilo) e algumas situações que simulam um processo inflamatório com vermelhidão e inchaço. Existem outros sinais que só são vistos no exame de mamografia, como, por exemplo, as microcalcificações agrupadas. O câncer de mama é uma doença muita complexa e com diferentes comportamentos na sua manifestação e evolução. De forma simplificada, podemos dividi-los em quatro subtipos moleculares:

– Luminais A e B

– Triplos Negativos

– Her 2 positivos

Essa classificação nos ajuda a programar e escolher o tratamento de forma individualizada.

2- Mulheres com menos de 35 anos podem ter câncer de mama? 

Mulheres jovens podem ter câncer de mama, mas não é o mais comum. A faixa etária de maior incidência do câncer de mama encontra-se entre 50 e 60 anos. 

3- Homens podem ter câncer de mama?

Entre os homens, a incidência é menor. Para cada cem diagnósticos de câncer de mama em mulheres, diagnosticamos um câncer de mama no homem. 

4- O câncer de mama pode ser hereditário?

Somente cerca de 10 % de todos os cânceres de mama são hereditários, ou seja, devido a uma alteração genética que passa de uma geração para outra. A grande maioria ocorre de forma espontânea.

5- Quem toma anticoncepcional tem mais chances de ter câncer de mama?

Não há uma associação clara na literatura científica sobre o uso do anticoncepcional ser um fator de risco para o câncer de mama. No entanto, mulheres que já tiveram câncer de mama ou lesões precursoras, aquelas com histórico familiar ou com mutações genéticas presentes devem ter uma orientação cuidadosa e, se possível, evitar os métodos hormonais. 

6- E quem tem prótese de silicone?

As próteses de silicone podem ser utilizadas com segurança tanto em pacientes que desejam cirurgia estética das mamas, quanto naquelas que necessitam de cirurgia reparadora pós câncer de mama. Vale ressaltar que a mulher com prótese também pode e deve realizar o autoexame regularmente.

7- Ser mãe após os 30 anos ou não ter filhos pode aumentar o risco de desenvolver a doença?
Apesar de conceitualmente poder aumentar o risco de desenvolver o câncer de mama, na prática, a influência de fatores de forma isolada exerce uma atuação muito pequena no aparecimento do câncer de mama.

8- Usar sutiã apertado eleva a possibilidade de câncer de mama?

Não aumenta o risco, porém, pode machucar a mama e causar dor.

9- Usar desodorante ou antitranspirante pode influenciar no surgimento da doença?

Não, isso é um mito. Nenhum tipo desodorante, seja roll-on ou spray, pode causar o câncer.

10- Tem um dia certo do mês para fazer o autoexame?

O ideal é realizar o autoexame entre o sétimo e décimo dia da menstruação, período em que as mamas estão menos influenciadas pelas alterações hormonais. Para aquelas mulheres que não apresentam mais ciclos menstruais, recomenda-se realizar o autoexame mensalmente. 

11- Se não encontrar nada no autoexame, é preciso fazer mamografia?

O autoexame nunca substitui a mamografia. Ele é importante no caso de algo novo ou diferente aparecer nas mamas no intervalo entre a realização do exame ou entre as consultas de rotina com seu médico.

12- Existem exames melhores do que a mamografia para identificar tumores? Quais são os métodos de diagnóstico que acompanham a mamografia?

A mamografia ainda é o melhor exame para rastreamento, ou seja, diagnóstico precoce do câncer de mama. Ela pode mostrar lesões ainda milimétricas, tais como as microcalcificações, que não são vistas em outros exames de imagem como o ultrassom e/ou ressonância nuclear magnética das mamas. Esses exames de imagem são solicitados para casos em que a mamografia pode deixar dúvida, ou em pacientes com mamas “densas” (com muito tecido glandular produtor de leite) ou ainda em paciente de alto risco para o câncer de mama.

13- A radiação da mamografia aumenta o risco de câncer? 

A mamografia é uma radiografia das mamas. Para se obter esta imagem é usado feixes de raios-x de baixa energia após a mama ser comprimida entre duas placas. O risco associado a esta exposição é mínimo quando comparado ao benefício que o exame oferece.

14- Quais são os casos em que é necessário fazer uma mastectomia?

De uma forma geral, indicamos mastectomia para tumores de grandes dimensões (que praticamente envolvem toda a mama); nos carcinomas inflamatórios; em situações em que há vários tumores, mesmos que pequenos espalhados por toda a mama; e nos casos de câncer não invasivo (in situ), que apresenta microcalcificações extensas em toda a mama ou em boa parte dela.

15- Quais são os tipos de tratamento existentes para o câncer de mama?

O tratamento do câncer de mama é multidisciplinar e ele é feito em conjunto com o oncologista clínico e o radioterapeuta. Desta forma, hoje, contamos com a cirurgia, tratamento sistêmico (quimioterapia, hormonoterapia e drogas-alvo moleculares) e a radioterapia. 

 

Foto: BIRF

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