Recém-chegado a Itu, vindo do Rio de Janeiro, o artista plástico baiano mantém o conceito de Arte Ótica
Com um espaço de galeria e ateliê, o artista plástico Jean Araújo chegou recentemente a Itu e está expondo seu trabalho na cidade. Jean é baiano, mas chega da capital fluminense com inspiração para viver no Interior de São Paulo. Ele afirma que a escolha se deu pela localização da cidade, pela qualidade de vida e, também, pela veia artística contemporânea que Itu tem apresentado desde a inauguração da Fundação Marcos Amaro.
A casa do artista hoje tem um espaço totalmente voltado a uma galeria, onde ele expõe seus trabalhos e recebe outros artistas, amigos, profissionais de decoração e clientes. “Tínhamos a ideia, ainda, de montar um ateliê, não pensando na venda direta, mas para criar um movimento com artistas locais e pessoas interessadas por arte”, explica Jean.
Em seu trabalho, ele estuda formas, luz, geometria e pensa cada detalhe da obra. Ele entrou para o mundo das artes muito cedo. Ainda criança já gostava muito de desenhar, mas ao chegar na fase adulta, foi obrigado a escolher uma profissão. “A vida me obrigou a escolher uma profissão que ‘desse dinheiro’ porque ser artista não dava. Eu fiz Administração de Empresas e me identificava muito com Gestão de Pessoas. Gostava muito. Aos 24 anos, eu comecei a ser artista de final de semana, como um lazer. Em 2011 eu tomei uma decisão. Não dava mais para ser duas coisas e decidi ser artista 24 horas”, conta.
Jean participou de salões de artes, editais e passou a expor seu trabalho no Brasil todo. Há dois anos, sua carreira tomou um rumo que nunca imaginou: foi descoberto por grandes galerias e passou a produzir muito. “Ser procurado para fazer parte de coleções é muito gratificante, você percebe que seu trabalho está no caminho certo”, ressalta.
Com o conceito de Arte Ótica, o trabalho do artista é matemático e construído. Através de um estudo de cores e formas, ele projeta e executa tudo de forma precisa. “Quando você faz Arte Ótica, tem uma certa precisão e pureza na obra, que tem que ser um trabalho limpo. Além disso, eu trabalho com o movimento”, explica. Quando
está em produção, o artista passa em média dez horas por dia em seu ateliê. Com telas em diversas galerias, os trabalhos são desenvolvidos em acrílico sobre papel cartão e conforme a luz atravessa os recortes, o visual pode ser surpreendente. À primeira vista, você jamais dirá que é papel. “Para mim, ele é um trabalho disciplinador e quando você o percorre, com a luz, ele cria formas diferentes. É o que eu mais gosto”, finaliza o artista.
texto e foto: Gisele Scaravelli