Instituto Magnus reforça a importância da família no treinamento dos futuros cães-guia e trabalha a questão do desapego para a causa
O Instituto Magnus – iniciativa sem fins lucrativos, especializada no treinamento de futuros cães-guia – gerido pela Adimax Pet e localizado em Salto de Pirapora, busca constantemente famílias que se disponham a receber e socializar filhotes, que futuramente terão a nobre a missão de serem cães-guias e auxiliarem na autonomia e inclusão social das pessoas com deficiência visual.
Entretanto, encontrar essas famílias não tem sido tarefa fácil, principalmente quando se avalia as questões afetivas e de apego. Sob este aspecto, muitos recusam a missão com o argumento de que terão que se despedir, em breve, do cãozinho e deixá-lo seguir seu caminho.
“Nós entendemos que é um processo normal na socialização. A família recebe o filhote de braços abertos e o leva a todos os locais possíveis, ou seja, praças, parques, bancos, transporte público, enfim, realizam tarefas e percursos que futuramente este cão fará com a pessoa a quem ele irá guiar. Após quase um ano, o cão precisa retornar ao Instituto e então a família sentirá falta dessa companhia, o que é mais do que esperado. Na verdade, enxergamos isso como uma socialização de sucesso, pois o filhote foi bem recebido e acompanhado”, comenta Thiago Pereira, gerente geral do Instituto Magnus.
Embora seja difícil essa questão do desapego, o que precisa ser avaliado a partir do momento em que se aceita participar dessa socialização, é que a família estará contribuindo para uma causa muito maior. Os benefícios que um cão-guia pode trazer para a vida de uma pessoa com deficiência visual, são imensuráveis. Eles oferecem, principalmente, muito mais confiança para a pessoa se locomover, trazem autonomia, promovem inclusão social, permitem que as pessoas façam longos trajetos em muito menos tempo, direcionam, enfim, eles são os verdadeiros olhos daqueles que não podem enxergar.
Além de ensinar ao filhote muito do que ele precisa saber para sua futura profissão, a família socializadora colabora com uma mudança social, ensinando a todos que cruzam seu caminho sobre direitos e deveres de uma pessoa e seu cão-guia. O processo todo de socialização e treinamento dura cerca de 18 meses, até que o animal possa ser entregue à pessoa com deficiência visual, que participa da última etapa de treinamento para se adaptar ao novo companheiro. Nesta etapa, os usuários ficam hospedados em média 15 dias na instituição, em um hotel construído exclusivamente para isso.
“Acompanhamos todo o processo de socialização e os custos, desde alimentação, medicamentos, acompanhamento veterinário e treinamento são de nossa responsabilidade. A socialização é muito importante, pois é nesse processo que também identificamos se o animal estará apto a ser um cão-guia ou não. O índice de sucesso registrado atualmente é de 58%, um número considerado alto”, declara Thiago.
Os cães que não estão aptos para seguirem como cães-guia são avaliados pelo Instituto Magnus e direcionados a outras profissões, com cargos na polícia ou como cães terapeutas. Há ainda os que não podem ter uma profissão e acabam se tornando um pet.
MAIS: Para aqueles que desejam conhecer o Instituto, é possível realizar uma visita monitorada, que deve ser agendada com antecedência pelo e-mail: contato@institutomagnus.org ou por meio do telefone: (15) 3042-1110 ou 99755-7201. As visitas são realizadas às terças e quintas-feiras, em dois períodos: das 10h às 11h30 ou das 16h às 17h30, além de um sábado por mês das 10hs às 11h30. E quem tiver interesse em fazer parte do programa pode tirar todas as dúvidas e se inscrever pelo site do Instituto: www.institutomagnus.org.
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