Como estará seu saldo de milhas? Será que há algumas vencendo? Foram estas perguntas que me levaram ao site da Smiles, onde descobri que… Sim! Existiam milhas que iriam expirar em exatamente duas horas! Perder a oportunidade? Nem pensar! Comecei a procurar um lugar para ir e de repente me apareceram passagens ida e volta para Buenos Aires por uma quantidade de milhas razoável. Decidi, então, repetir um destino, o que dificilmente faço.
Visitar uma cidade pela segunda vez tem seus prós e contras: se, por um lado, não há tantos lugares novos a se ver, por outro, isso nos desobriga de cumprir roteiros e nos dá tempo livre para descobrir a vida desse local.
Meu primeiro passeio, à tardinha, no dia em que cheguei, foi ao Museu dos Beatles. Vocês sabiam sobre esse Museu em Buenos Aires? É um acervo de recordações, com discos, objetos, fotos, enfim, tudo o que se refere aos Fab Four. Fica escondidinho na Avenida Corrientes, numa Galeria atraente, chamada Paseo La Plaza e fica aberto até meia-noite. No caminho para lá, fotografei a belíssima fachada do Palácio das Águas Correntes, que abriga… tanques de água enormes e uma rede de distribuição. Há também um museu, que não visitei.
No dia seguinte, fui rever o Malba – Museu de Arte Latino Americana (abre meio-dia), que estava com uma exposição fantástica de Pablo Suárez, um artista argentino, além de obras do acervo do próprio Museu. Gosto do Malba porque ele não é excessivamente grande e visitá-lo é algo leve e divertido. De lá segui para a Vila Crespo e Palermo Soho, onde se encontram muitas lojas, dentre elas, aquelas de artigos de couro maravilhosos. Embora eu não seja uma turista voltada para compras, os preços estavam muito bons, comparando com os nossos.
Sábado. Começar o dia no Café Tortoni foi uma ótima ideia! Se você for, peça churros com chocolate para beber e uma porção de doce de leite. Esse é o tradicional de lá. Achei os churros meio duros. Mas o local é lindo! Não deixe de entrar nas salas lá nos fundos e fazer suas fotos. De lá, fui ao Museu do Bicentenário, que fica atrás da Casa Rosada, que eu já conhecia e não senti vontade de rever. O Museu não tem nada tão especial, mas a arquitetura é muito interessante. Próximo dali fica a Calle Florida, o calçadão de Buenos Aires e, nele, as Galerías Pacífico, um shopping muito bonito, que vale a pena visitar, mesmo que não queiramos comprar nada. Lá você pode adquirir ingressos a preços bem razoáveis para uma apresentação de tango que acontece à noite. Seguindo pela Calle Florida, cheguei à Plaza San Martin, na qual há dois edifícios que eu queria ver. Um deles fica na própria Florida, 1065 e chama-se Edifício Kavanagh. Quem mandou construí-lo foi Corina Kavanagh, por vingança! Ela era apaixonada por um moço da família Anchorena, porém os pais dele nunca aprovaram a relação. Ela se vingou mandando construir o prédio de maneira a esconder a Igreja do Santíssimo Sacramento, edificada em 1920 pelos Anchorena, tapando totalmente a vista que a família, que morava do outro lado da praça, tinha da igreja. O outro edifício é o Palácio das Relações Exteriores, que se pode visitar nos dias de semana. Contentei-me com a fachada.
Para o domingo eu tinha duas opções: ir ao Bairro La Boca e à Feira de San Telmo, que já conhecia, ou, se o clima estivesse bom, ir a Tigre, uma cidade próxima. O clima estava ótimo. Para chegar a Tigre fui até a estação Maipu, onde peguei o Trem de La Costa. E o que há em Tigre? Atrações para o dia todo e para todos os gostos: um parque de diversões, um cassino, uma grande feira de artesanato (Puerto de Frutos) e um passeio de barco, que recomendo. Chamam atenção as famílias, num domingo, em suas mansões à beira do rio, às quais só se chega pela água. Voltei com o trem comum, direto para a Estação Retiro, próxima do hotel.
Na segunda-feira fui rever os enormes Parques de Palermo. Muito verde, muitos ‘passeadores’ com cães, muitas flores. Lugar ótimo para caminhar e fotografar. Mas, se você não conhece, vá em outro dia para ver o Rosedal e o Jardim Botânico, que fecham às segundas.
À noite, assim como o dia, começa tarde em Buenos Aires: jantar só a partir das 21h, em qualquer dia da semana. Depois, teatros, shows de tango, milongas, baladas e bares vão até alta madrugada. Recomendo um bar na Plaza Dorrego, chamado Funes, onde tomei ótimas cervejas artesanais, como a IPA, frutada, e prometi “volver y volver y volver…”
texto e fotos: Rita de Fátima Bueno Vicente é formada em Letras, com pós em Marketing e curso de Fotografia pela EBF, de Brasília. Ela esteve novamente em Buenos Aires em 2018 e escreveu esta matéria especialmente para a Revista Regional.
Instagram: @ritabvicente
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