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Detox de verdade

Uma dieta detox exige muito mais do que um simples suco verde

Como a dieta detoxificante pode melhorar a saúde e auxiliar no emagrecimento

Certamente você já ouviu falar do detox – um dos métodos mais populares quando o assunto é boa forma. Cada vez mais em evidência, o termo é comumente associado ao emagrecimento. Porém, você sabia que o verdadeiro detox consiste em muito mais do que isso? E ainda: que para refletir na balança o método requer mudanças que vão muito além da ingestão do famigerado “suco verde”? Quando seguida adequadamente, essa dieta é capaz de melhorar a saúde e combater diversos processos inflamatórios, benefício que, por consequência, pode ajudar a reduzir o peso. Porém, aqueles que apostam numa alimentação genuinamente detoxificante ganham também em imunidade, na prevenção de doenças e, até mesmo, no combate ao envelhecimento precoce. Quer saber como inserir o detox na sua vida de maneira realmente eficaz e conseguir melhorar tanto a aparência quanto a qualidade de vida? Saiba mais agora:

Moda x necessidade

Você sabia que nosso organismo é plenamente capaz de combater os agentes nocivos e eliminar toxinas que porventura possam causar danos? Órgãos como o intestino, os rins e, principalmente, o fígado são responsáveis por barrar a ação de toxinas que representam uma ameaça à nossa saúde. Sendo assim, porque o detox se tornou tão popular e por que precisamos dele?

De acordo com a nutricionista Joanna Carollo, da Nova Nutrii, essa necessidade surgiu, principalmente, como consequência do estilo de vida atual. “Além de estarmos cada vez mais expostos a poluição – seja da água, do solo ou do ar – está cada vez mais difícil dedicar um tempo à alimentação genuinamente saudável, ou seja, natural. Pode parecer imperceptível, mas ao consumir um número cada vez maior de produtos industrializados, estamos aumentando também a ingestão de elementos químicos potencialmente nocivos à saúde”.

Conforme explica a profissional, especializada em nutrição clínica, esse processo aumenta a “intoxicação do organismo”, forçando um trabalho maior, sobretudo, do fígado, que nem sempre será capaz de dar conta da eliminação das toxinas. Além disso, existe o outro lado da moeda: “Para que o processo de detoxificação orgânico funcione normalmente, o organismo precisa estar bem nutrido – o que dificilmente ocorre numa dieta baseada em alimentos altamente processados”. O resultado: maior vulnerabilidade a doenças, inflamações, inchaço, constipação e, até mesmo, mau humor e irritabilidade.

Emagrece mesmo?

Embora se baseie, antes de tudo, na melhoria da saúde, é inegável que o detox ganhou notoriedade em virtude do apelo fitness. A busca pelo emagrecimento é uma das principais razões pelas quais o método conquistou, e continua conquistando, tantos

adeptos. Contudo, existe base para afirmar que o detox emagrece? De acordo com a nutricionista, a eventual perda de peso é uma consequência da limpeza do organismo e não de uma fórmula milagrosa. “Com o organismo ‘intoxicado’ aumenta a retenção de líquidos e a própria inflamação do tecido adiposo, o que propicia o acúmulo de gorduras. Pessoas com este problema encontram maior dificuldade em eliminar o inchaço e o excesso de peso, pois o organismo não está trabalhando como deveria. Uma vez corrigida a dieta, especialmente apostando em alimentos que facilitem a detoxificação, esses sintomas tendem a diminuir – o que para muitas pessoas pode culminar na redução de medidas”.

Contudo, a nutricionista alerta que o detox não é tão simples quanto parece: “muitas pessoas acreditam que basta fazer um suco com um ou mais ingredientes verdes e tomá-lo uma vez ao dia para ver os benefícios, quando na verdade é preciso contar com todo um cardápio balanceado para que a detoxificação aconteça.” Para Joanna, isso não significa que os sucos verdes sejam ruins, mas que, isoladamente, não são totalmente eficazes para surtir o efeito esperado.

Como seguir corretamente

Quando se trata de alimentação, o método pode ser um grande aliado da saúde e, por que não, da boa forma? Independentemente da motivação, para que o objetivo seja alcançado é fundamental seguir alguns preceitos que, aliados aos “alimentos detoxificantes” configuram um detox genuíno. De acordo com Joanna, essa dieta pode variar de acordo com o perfil do indivíduo, porém, de maneira geral, seguem algumas premissas, a saber:

– Priorizar o consumo de alimentos naturais: “É muito importante investir em alimentos de verdade, ou seja, aqueles que encontramos na feira. Eles devem ser a base da alimentação, pois são altamente nutritivos e ricos em fibras. Se possível, opte pelos orgânicos, pois são livres de agrotóxicos e fertilizantes, o que contribui para menor consumo de toxinas.”

– Minimizar a ingestão de alimentos processados: “De nada adianta investir no tal suco verde pela manhã e recorrer ao biscoito recheado no lanche da tarde. Dessa forma, o indivíduo estará “repondo” o que o organismo luta para eliminar. Para ser eficaz, é fundamental reduzir o consumo de alimentos ricos em gorduras, conservantes, corantes e aromatizantes durante a dieta. E se esse hábito for incorporado à rotina, a saúde só tende a ganhar”. – explica a nutricionista

– Hidratar-se bem: É fundamental para propiciar a eliminação das toxinas através da urina, suor e bílis. Além disso, com o aumento do consumo de fibras, a ingestão de líquidos é fundamental para que elas auxiliem nesse trabalho. Contudo é importante lembrar que “refrigerantes, bebidas industrializadas e o álcool devem ser evitados ao máximo. Além disso, é extremamente desejável evitar o açúcar nessa fase”.

Sinal Verde: o que turbina o detox

* Couve: Não é à toa que a couve é praticamente um item obrigatório no “suco verde”. Rico em vitaminas do complexo B, em especial a vitamina B7, o alimento é capaz de beneficiar o processo digestivo e facilitar o trabalho do

fígado. Outras hortaliças de coloração verde como o salsão, a salsa e o espinafre também são grandes aliadas da detoxificação.

* Limão: Diurético, combate o inchaço e a retenção de líquidos. É rico em vitamina C, o que melhora a imunidade e a cicatrização. É capaz de regular a absorção do açúcar e também ajudar na digestão, isso graças a sua alta concentração de ácido cítrico. Além disso, conta com o terpeno, um composto que ajuda na “limpeza” do fígado.

* Pepino: composto quase que totalmente por água, também é diurético, o que favorece a eliminação de impurezas. Rico em fibras, vitaminas e sais minerais, é benéfico para os rins e para a digestão;

* Gengibre: além de termogênico (o que favorece o metabolismo e pode ajudar no processo de emagrecimento), é rico em antioxidantes e possui ação anti-inflamatória, agindo, especialmente, no fígado.

* Maçã: rica em ácido málico, ajuda no trabalho da bílis, abrindo caminho para que essa substância atue no fígado. Além disso, por ter alta concentração de pectina – um tipo de fibra solúvel – reduz a absorção de gorduras e impede que elas se acumulem no órgão.

Suplementação vale a pena? Graças a sua popularidade, é cada vez mais comum encontrarmos suplementos detox no mercado, porém, eles são realmente necessários? De acordo com a nutricionista, o seu uso pode ser uma alternativa para aqueles que querem melhorar o processo, mas não conseguem incluir todos os “alimentos detox” na dieta. “Tomar um suco de couve ou um beber água com limão diariamente pode não ser tão prático ou, até mesmo, agradável a todas as pessoas. Sendo assim, esses produtos podem ser uma opção para quem está seguindo a dieta e não tem tempo de investir nessas preparações”.

Outro benefício apontado por Joanna está relacionado à disponibilidade de certos nutrientes. “Alguns alimentos altamente nutritivos não são tão fáceis de encontrar e muito menos de incorporar à dieta, como é o caso da clorela, uma alga rica em clorofila e de extremo poder detoxificante. Para se ter uma ideia, ela é um dos elementos mais potentes na eliminação de metais pesados do organismo. Nesses casos, a suplementação é uma forma interessante de obter o melhor desse alimento sem ter que, necessariamente, consumi-lo.” Contudo, a profissional alerta: assim como os sucos, suplementos não fazem milagres sozinhos: “É preciso que toda a alimentação contribua para tal, sendo balanceada e nutritiva. Além disso, é fundamental buscar orientação profissional antes de incluir esses produtos na rotina.”

É pra qualquer pessoa?

Para finalizar, a nutricionista lembra que o detox não pode ser seguido deliberadamente e, muito menos, por qualquer pessoa: “Como sempre, é altamente recomendado que gestantes, nutrizes e pessoas com problemas de saúde jamais façam qualquer tipo de dieta sem consultar um médico – hábito que é extremamente aconselhável à qualquer pessoa. Contudo, quando falamos em dieta detox, é preciso analisar se ela é realmente necessária e, sobretudo, por quanto tempo. Afinal, é uma estratégia alimentar temporária, que visa, justamente, fazer uma faxina periódica no organismo.”

foto: AdobeStock

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