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Pinacoteca recebe exposição interativa

Natureza-morta com flores de Agostinho da Motta Coleção Brasiliana/ Fundação Estudar. Doação da Fundação Estudar, 2007

A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, apresenta até 25 de fevereiro a exposição Laércio Redondo: Relance, que ocupa os espaços do Octógono e também da exposição de longa duração do acervo no primeiro andar da Pinacoteca. Com curadoria de Fernanda Pitta, curadora sênior do museu, e consultoria curatorial da historiadora da arte norte-americana Kaira M. Cabañas, a mostra propõe investigar outras possíveis interpretações das narrativas da história do Brasil, contadas através da coleção do museu, a partir da experiência olfativa.

A prática do artista Laercio Redondo, que vive entre a Suécia e o Brasil, desde há muito se detém sobre imagens da memória coletiva e sobre certos apagamentos na cultura brasileira. Para o Projeto Octógono, o paranaense explora as potencialidades de uma anedota do artista Estevão Silva (c.1844-1891) – o primeiro pintor de ascendência africana a frequentar a Academia Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro –, que se valia do recurso de apresentar suas pinturas de natureza-morta, juntamente com as frutas representadas, de modo que seus odores também fizessem parte da percepção do observador.

Tal estratégia sugeriu a Redondo uma maneira de propor uma intervenção que explorasse outras possibilidades da experiência do objeto artístico para além do visual. Esta resultou na proposta de uma intervenção no Octógono que dá início a um percurso pela coleção do museu em que o público vai encontrar displays posicionados estrategicamente próximos a obras de Anita Malfatti, Almeida Júnior, Claudia Andujar, Maria Martins, entre outros, contendo cartões com odores. Tais acordes olfativos foram desenvolvidos através de uma parceria entra a curadoria da Pinacoteca e casa de fragrâncias alemã, drom fragrances, criados pelos perfumistas Cleber Bozzi e Luis Paulo Natividade, com a direção olfativa de Matthieu Ferreira, Renata Abelin e Kelly Medeiros que integram o time de fragrâncias e a área criativa da empresa.

Octógono Relance, a partir de Estevão Silva / Natureza Morta, 1888, 2018 serigrafia sobre compensado naval

A curadora da mostra comenta que “o cheiro está neste trabalho de Laercio Redondo como um ponto de partida para o desenrolar de histórias de rastros, restos, apagamentos e retornos”. Explicando que “o privilégio dado ao sentido do olfato é uma estratégia de ativação, de libertação, de outras memórias, permitindo outras interpretações. Redondo, que sempre tem trabalhado com procedimentos de erosão, de revolvimento e reconfiguração das imagens, desta vez estende ao limite a sua iconoclastia, numa atitude que lhe pareceu necessária para de certa maneira escapar ao poder normalizador das imagens”.

Em Relance, que empresta seu título da canção de Caetano Veloso, o artista busca provocar um desvio crítico do valor simbólico e dos significados comumente atribuídos á algumas obras do acervo. “A aposta, portanto, é de que o cheiro revolva a memória do espectador, produza um embaralhamento e ative uma experiência histórica que transforme a percepção do presente, confrontando seus apagamentos, explicitados pelas imagens”, afirma Pitta. A estratégia visa abrir a possibilidade, a partir da inversão destes sentidos, de novas interpretações bem como apontar lacunas nas narrativas do Brasil a partir da coleção do museu.

MAIS:

Visitação: até 25 de fevereiro de 2019

De quarta a segunda-feira, das 10h às 17h30 – com permanência até as 18h

Pinacoteca: Praça da Luz 2, São Paulo

Ingressos: R$ 6,00 (entrada); R$ 3,00 (meia-entrada para estudantes com carteirinha)

Menores de 10 anos e maiores de 60 são isentos de pagamento.

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