Nosso objetivo, meu e de um amigo, era percorrermos a Rota Romântica, que vai de Wurzburg a Fussen, na Alemanha, passando por 28 cidades. São cerca de 300 km.
Fizemos nós mesmos o planejamento. Tínhamos um tempo limitado e não queríamos dirigir. Descobrimos um ônibus que percorre a Rota e faz diversas paradas, funcionando no estilo hop on hop off, em que se pode subir e descer do ônibus quantas vezes quiser, nos pontos determinados.
Escolhemos algumas cidades para pernoitarmos: Wurzburg, Rothenburg Ob Der Tauber e Augsburg, além da cidade onde terminaríamos a Rota, Fussen. Reservamos todos os hotéis pela internet. Nosso roteiro foi planejado em detalhes, com antecedência – verificamos horários de todas as atrações, preços e como chegar a cada uma delas.
Voamos diretamente para Frankfurt e só tínhamos a tarde e a noite para conhecermos um pouco da cidade. Era segunda-feira e, como previsto, os museus estavam fechados. Nossa opção foi visitarmos a Romerberg, uma praça que reúne casas do século 15 ao 18. Esse foi nosso primeiro contato na viagem com a arquitetura alemã, que permearia todo nosso trajeto.
Na manhã seguinte, pegamos o ônibus que, em uma hora e meia, nos levou até Wurzburg, a maior cidade da Rota, com 140 mil habitantes. Visitamos a Residência, um belíssimo palácio do século 18, que é patrimônio da humanidade, onde se encontra o maior afresco do mundo, do artista italiano Tiepolo. Subimos então à Fortaleza Marienberg, de 1210, onde moravam os príncipes bispos antes da construção da Residência.
No próximo dia, no mesmo horário e local em que chegamos, pegamos o ônibus e seguimos para Rothenburg Ob Der Tauber, com uma parada de meia hora na praça principal de Weikersheim. Estávamos mergulhando na Rota e duas horas após sairmos de Wurzburg, chegamos à sua cidade mais característica e encantadora: Rothenburg. Fundada em 1274 (mais antiga que o Brasil), conta com apenas 11 mil habitantes. Sim, eu me apaixonei por ela. Suas casas parecem fazer parte de uma maquete, todas tão perfeitas e tão bem conservadas. E o que dizer de seus telhados? Verdadeiras obras de arte! E os restaurantes?! E as vistas noturnas?! E a muralha que podemos percorrer contornando toda a cidade?! Eu me arrependi de ter programado ficar apenas uma noite. Se você for, reserve ao menos duas! E não deixe de subir na Torre da Prefeitura para ver a cidade do alto!
Mas, precisávamos seguir viagem e um dia depois, logo após o almoço, partimos para Augsburg, num trajeto de quatro horas. Fizemos paradas rápidas em Feuchtwangen, Dinkelsbul e Nordlingen. Augsburg é uma cidade grande onde as principais atrações são o salão dourado da Prefeitura e a praça que fica em frente a ela. Caminhamos bastante por suas ruas também.
Na tarde seguinte continuamos nosso caminho. Paramos rapidamente em Wies, para visitarmos a Wieskirche, uma igreja de peregrinação em estilo rococó, e, em menos de três horas chegamos a Fussen, que é conhecida por ser a cidade onde fica o Castelo de Neuschwanstein, que serviu de modelo para Walt Disney criar o Castelo da Cinderela. A estrada para Fussen já enche os olhos, com seu verde e as montanhas nevadas ao longe. Ficamos duas noites na cidade. Subimos o teleférico do Monte Tegelberg – a dica é ficar do lado direito para ver os castelos na subida – e apreciamos uma vista maravilhosa das montanhas. Depois visitamos os dois castelos, Hohenschwangau e Neuschwanstein. O primeiro foi a residência de infância do Rei Ludwig e o segundo foi construído por ele, que morreu sem vê-lo pronto.
Realizado o sonho de percorrer a Rota Romântica, seguimos para Munique e depois fomos para Praga. Mas aí já é outra viagem!
Rita de Fátima Bueno Vicente reside em Itu, é formada em Letras, com pós-graduação em Marketing e curso de Fotografia pela EBF, de Brasília. Ela esteve este ano na Alemanha e escreveu este Diário de Viagem especialmente para a REGIONAL.
Instagram: @ritabvicente