Alunos de Medicina Veterinária utilizam Terapia Assistida por Animais em projeto social na Apae da cidade
Proporcionar aos alunos da graduação o contato com terapias inovadoras que envolvam o relacionamento altamente positivo e saudável entre animais e seres humanos, além de contribuir no tratamento dos usuários assistidos pela instituição social é o objetivo do projeto Zooterapia – Terapia Assistida por Animais (TAA), desenvolvido pelo curso de Medicina Veterinária da Faculdade Max Planck de Indaiatuba. A iniciativa acontece desde 2015 em parceria com a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) da cidade.
“A TAA é uma prática com critérios específicos onde o animal é a parte principal do tratamento, objetivando promover a melhora social, emocional e física de pacientes envolvidos. Além disso, pode servir como auxílio no tratamento de diversas patologias, como síndromes genéticas, hiperatividade, paralisia cerebral, entre outras de causas neurológicas”, explica a coordenadora de Medicina Veterinária, professora Maria Fernanda Vianna Marvulo.
Segundo a docente, a utilização de animais no auxílio do tratamento de diversas patologias têm apontado resultados positivos, estimulando e observando a interação dos pacientes com os animais. Para isso, são utilizados animais adaptados, como: cães, calopsita, coelho mini-lop, jabuti, peixe-beta, periquito-verde, porquinho-da-índia e tartaruga-de-orelha-vermelha.
Os universitários são envolvidos diretamente, levando animais-terapeutas para as sessões e permitindo o contato direto do usuário com o animal escolhido por ele. A interação e a resposta do usuário também são avaliadas pelos alunos da graduação. O atendimento é realizado semanalmente para os usuários do ambulatório ou para os alunos da Escola de Educação Especial da Apae. “Cada sessão tem duração de uma hora e 30 minutos e conta com a participação de animais-terapeutas, acompanhados por docente da Faculdade Max Planck, dos estudantes de Medicina Veterinária e profissionais da Apae. Os animais-terapeutas são de diversas espécies, devidamente treinados e com atestado de saúde”, comenta a coordenadora do curso.
O projeto está relacionado às disciplinas Etologia e Bem Estar Animal, Introdução à Medicina Veterinária, Comunicação e Relacionamento Interpessoal e Ciências Humanas e Sociais. Em 2016, cerca de 20 universitários participaram do projeto, realizando atendimento a cem usuários e alunos da Apae. Vale lembrar que além de contribuir para a formação dos alunos, proporcionando conhecimentos, conceitos, posturas e práticas, a faculdade dá ênfase à responsabilidade social atrelada à qualidade da educação superior. “Com o projeto Zooterapia, os alunos têm a oportunidade de participar da seleção de animais-terapeutas, avaliando seu perfil comportamental e acompanhando sua atuação junto aos usuários e alunos da Apae. A oportunidade de vivenciar os benefícios da Terapia Assistida por Animais é um complemento à formação como médicos veterinários e uma forma de contribuição social válida e importante”, ressalta a professora e médica veterinária, Roberta Manacero.
A terapia com os animais tem se mostrado eficiente com os usuários e alunos atendidos na Apae. “Nossa experiência com a Terapia Assistida por Animais mostrou-se eficiente, pois ampliou a atuação dos profissionais no atendimento de usuários da Apae, tendo o animal como agente facilitador, pois se torna um elo entre o usuário e terapeuta. Isso se demonstrou no atendimento de uma criança com grande dificuldade de interação com o outro e com o ambiente. Introduzimos o animal jabuti nas sessões, uma vez por semana durante um ano, e verificamos que iniciou uma comunicação gestual com a terapeuta, a exploração de objetos simples, antes só realizava preensão da chupeta e brinquedos de bebê, e diminuíram os movimentos estereotipados. Hoje frequenta a escola da Apae, e isto foi um ganho para a família, uma vez que este apenas vivenciava uma rotina familiar e os pais acreditavam ser impossível participar de outro grupo social – escola”, conta a terapeuta ocupacional da Apae-Indaiatuba, Maria Angélica Wolf Scachetti.
A intenção, segundo a coordenadora Maria Fernanda, é de levar, futuramente, o projeto Zooterapia a outras entidades, como asilos, escolas e hospitais.
fotos: Divulgação – Faculdade Max Planck e Josiane Baraldi