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Post: Os desafios da Cultura em Itu

Os desafios da Cultura em Itu

Geraldo, novo secretário de Cultura de Itu, durante entrevista à Revista Regional

Numa entrevista exclusiva, o novo secretário de Cultura da cidade, Geraldo Gonçalves Júnior, fala dos novos projetos e dos desafios na preservação do rico patrimônio histórico ituano

 São muitos os desafios que uma Secretaria de Cultura enfrenta numa cidade histórica. Itu, com quatro séculos, possui diversos eventos, cidadãos ilustres e patrimônios materiais e imateriais a serem preservados e cuidados. Essas e muitas outras são as preocupações da nova Secretaria, encabeçada por Geraldo Gonçalves Júnior e contando com dois departamentos, sendo um exclusivamente voltado a assuntos acerca do patrimônio histórico.

Sócio consultor da EDigital Consultoria e Treinamento e professor de Administração da Puc-Campinas, o novo secretário é mestre em Administração pela PUC do Rio de Janeiro e em Ciências Militares pela Escola Superior de Oficiais do Exército Brasileiro. Num primeiro momento, após assumir a pasta, explica que está realizando um diagnóstico e que quatro aspectos estão sendo levados em consideração: o que será mantido, o que deve ser melhorado, o que deve ser eliminado e o que de novo será feito. “A primeira coisa que me chamou atenção foi a comunicação. Nos parece, e eu como cidadão falo isso, que toda a estrutura de Cultura na cidade, seja quem for o produtor, não é adequadamente comunicada. Então, es acontecendo coisa ao lado da minha casa e eu não estou sabendo. Não é questão do que é gerenciado ou produzido, sob a supervisão da Prefeitura, mas aquilo que é produzido pelos museus e pelos produtores locais. Isso é nossa prioridade”, afirma Geraldo.

Além disso, a nova gestão vem revisando práticas e contratos e, principalmente, o tratamento que é dado ao setor. O atual secretário afirma que o isolamento da Cultura não deve continuar dessa forma. “A Cultura, como todas as demais áreas da Prefeitura, é uma integração. Eu não posso pensar Cultura longe da Educação, do Turismo, do Planejamento, de Finanças, de Assistência Social. Então, queremos eliminar o conceito de que Cultura é evento ou que Cultura acontece sozinha”, destaca.

Questionado sobre os eventos culturais na cidade, Geraldo chamou a atenção para o Festival de Artes. Produtores já estão sendo acionados para que junto à Secretaria possam desenvolver projetos e viabilizar suas ações. “Queremos retomar o Festival de Artes para Itu. Eu sou um gestor de Cultura. Nosso mantra é ‘vamos desenvolver projetos, vamos profissionalizar nossa gestão e nossa ação como artistas’. Em qualquer esfera, esperamos que eles ajam estruturados, organizados em si, percebam que um sozinho talvez não crie um movimento muito grande, mas se eles se unirem a coisa pode ficar melhor”, exemplifica e acrescenta: “Penso que essa é uma das razões de sucesso de quem faz cultura bem feita no mundo.”. O Festival de Artes é, num primeiro momento, onde a atual gestão está focando sua atenção, segundo o secretário, para que seja possível resgatar, dentro do possível, diversas manifestações artísticas.

Patrimônio recuperado

Outra prioridade da Secretaria de Cultura na nova gestão municipal, a pedido do próprio prefeito Guilherme Gazzola, é o resgate de três edifícios históricos importantes para a cidade: o Mercadão Municipal, o sobrado Almeida Júnior e a escola Convenção de Itu. Geraldo afirma que para tal, uma das pessoas escolhidas para a equipe como diretor de Patrimônio é Emerson Castilho, doutor em Museologia e com tese, justamente, sobre o patrimônio ituano. “Vamos nos debruçar nisso. Fora isso, a integração com outras Secretarias para um novo código de postura urbana, com padronização de pintura, de comunicação externa, o repensar de toda essa questão”, ilustra.

Questionado sobre parcerias firmadas no governo anterior, o secretário explica que o uso de quatro salas do antigo Ituano Clube continuará, assim como o andar superior do Museu da Energia. Hoje, a Prefeitura utiliza salas do antigo clube para as Secretarias da Cultura e de Turismo, além de ter instalado a Emia (Escola Municipal de Iniciação Artística) no Museu da Energia. “A parceria tem dado muito certo, foi bom para nós e bom para o Museu, que não fechou e, em consequência, bom para a cidade que não perdeu um Museu. A Fundação [Energia e Saneamento] está se reerguendo e, por conta disso, novos projetos estão sendo pensados para que possamos expandir a parceria que temos com eles”, afirma o secretário.

Fica claro que a forma de trabalho, para Geraldo, será sempre através de parcerias, sejam elas com museus, entidades ou geradores de cultura, para que os projetos possam ser feitos em conjunto. Ele ainda afirma que um trabalho de dentro para fora, ou seja, primeiro com os funcionários, é feito para que os mesmos possam efetuar sua função de serem multiplicadores. “O objetivo é sempre o mesmo e, obviamente, todas as parcerias passam pela Educação e Turismo. Os projetos têm que ser em conjunto. A gente precisa ter alguma orientação, pois sem ela não conseguimos unir as energias e essa é a nossa proposta aqui. Unir os agentes de cultura e sociedade em direção a um projeto único. Que todos aqueles que querem participar estejam presentes. É um momento de unir forças, mais do que qualquer outra coisa, e trabalhar por um futuro”, encerra.

 texto e foto: Gisele Scaravelli

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