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Post: A maturidade de Letícia Spiller

A maturidade de Letícia Spiller

“Eu imaginei que no dia em que nós voltássemos a trabalhar juntos (ela e Marcello Novaes, seu ex-marido), com certeza as pessoas iam adorar, porque os personagens (Raí e Babalú) tiveram muita química”

Atraída pela profissão de atriz, a ex-paquita tornou-se uma mulher sensível e inteligente para fazer suas próprias escolhas

 Com maturidade pessoal e profissional de sobra, a bela atriz Letícia Spiller iniciou sua carreira no teatro amador em 1985, no colégio Sagrado Coração de Maria, onde estudou. Hoje, revela-se uma mulher segura, decidida e muito intuitiva. “Meu primeiro curso foi com 12 anos e aos 15 foi o período em que eu tenho as minhas melhores lembranças. Nessa época, a novidade foi gravar um disco, e ainda vender cerca de 800 milhões de cópias, fora os shows que nós fazíamos com a Xuxa, para 60 mil pessoas. Mas eu sempre soube que quando fosse a hora certa, seguiria o meu caminho, e não tive medo”, disse ela recordando quando ainda era paquita no programa ‘Xou da Xuxa’, em 1989. Após dois anos, engatou de vez na teledramaturgia como uma das protagonistas de ‘Quatro por Quatro’ (1994), novela na qual conquistou o carinho do público e ainda teve a sorte de conhecer Marcello Novaes, com quem teve seu primeiro filho (Pedro Novaes). Hoje, apesar de não estarem mais juntos, são amigos, e demonstram muito respeito e afeto um pelo outro. “Não deixamos de ser uma família e soubemos muito bem como preservar o que é ser uma família de verdade. Pensamos nos nossos filhos e em somar, nunca subtrair ou criar obstáculos”, comentou. Letícia é o que podemos chamar de mulher maravilha. E esse adjetivo não vem de graça. Aos 43 anos, a atriz divide seu tempo com a pequena Stella de cinco anos, fruto de seu relacionamento com o diretor de fotografia de cinema Lucas Loureiro; as duas produtoras, a Stella Filmes e Paisagem Filmes; e atualmente com a personagem Lenita, em ‘Sol Nascente’. Mas a grande novidade está em trabalhar novamente ao lado de Marcello. “Estou adorando! Nem eu sabia que existia tanta expectativa em torno disso. Nós dois temos uma relação muito boa, de amizade, de amor, de família. Convivemos juntos, e estamos sempre nos falando O Marcello é um super parceiro, muito querido por todo mundo. É uma alegria estar com ele novamente”, elogia. Nesta entrevista, ela ainda fala sobre a participação do filho Pedro na novela, as características de sua personagem, a interação com o elenco, mudança de visual, inclusive as tatuagens, e a dedicação à carreira musical, já que a atriz também embala algumas músicas no fictício Bar Rota 94. Confira!

 

REVISTA REGIONAL: Em ‘Sol Nascente’, você tem a oportunidade mais uma vez de contracenar ao lado do ator Marcello Novaes. Como tem sido esse reencontro entre vocês na televisão?

LETÍCIA SPILLER: Estou adorando! Nem eu sabia que existia tanta expectativa em torno disso. Nós dois temos uma relação muito boa, de amizade, de amor, de família. Convivemos juntos e estamos sempre nos falando. Mesmo separados, não deixamos de ser uma família e soubemos muito bem como preservar o que é ser uma família de verdade. Pensamos nos nossos filhos, e em somar, nunca subtrair ou criar obstáculos. Nós sempre nos respeitamos muito. Às vezes, peço um colinho para ele. Se eu posto uma foto com o Marcello nas redes sociais, a foto bomba. Somos uma família, e nunca deixamos de ser. É bom poder trabalhar com ele novamente. O Marcello é um super parceiro, muito querido por todo mundo. A Aracy (Balabanian) pode falar mais do que eu, porque essa já é a terceira vez que ela fará mãe dele numa trama (risos). É uma alegria estar com ele novamente. Aliás, foi ele quem me indicou para fazer a Lenita. Nem eu e nem ele sabíamos que faríamos par, mas perguntaram se ele conhecia alguma atriz que cantasse. Ele comentou sobre mim, e acabou rolando.

Em algum momento passou pela sua cabeça que as pessoas faziam essa torcida para vê-los contracenando novamente e que se lembrariam da novela ‘Quatro por Quatro?’, onde interpretaram o Raí e a Babalú?

Eu imaginei que no dia em que nós voltássemos a trabalhar juntos – e eu não tinha dúvidas de que isso poderia acontecer, que nos esbarraríamos novamente -, com certeza as pessoas iam adorar, porque os personagens tiveram muita química. Nós nos damos muito bem trabalhando juntos, e fora dele também. Por isso, não tem como dar errado, eu acho.

Seu filho Pedro (Novaes) participou do início das gravações da novela. Como foi essa interação entre vocês? Você chegou a dar alguma dica para ele?

Achei muito fofo. Ele disse que esse reencontro é histórico, por isso, topou fazer. É um momento muito especial. O Pedro já tinha feito outros trabalhos como ator, mas quando era mais novo. Ele fez ‘Joãozinho de Carne e Osso’ (2011), primeiro curta-metragem que produzi. É uma fábula que conta a história dos medos e sonhos de um menino, que é o mais velho de uma família, que é muito pobre. É suspense, mas com efeitos especiais. Mas ele é mais da música, e tem feito shows com a banda dele. O Pedro toca bateria desde os sete anos de idade. Ele é mais do batuque. Eu sabia que ele daria certo pelo lado da música. Ele já fez tablado, que é um curso de teatro onde eu e o pai dele começamos. Ele tem uma veia artística muito forte. Eu por exemplo, apaixonei-me pelo teatro ainda criança, quando estava na escola. Meu primeiro curso foi com 12 anos e aos 15 foi o período em que eu tenho as minhas melhores lembranças. Nessa época, a novidade foi gravar um disco, e ainda vender cerca de 800 milhões de cópias, fora os shows que nós fazíamos com a Xuxa, para 60 mil pessoas. Mas eu sempre soube que quando fosse a hora certa, seguiria meu caminho, e não tive medo.

Na trama você reencontra também o ator Henri Castelli, com quem contracenou em ‘I Love Paraisópolis’ (2015). Como tem sido esse reencontro?

Nessa novela, nós fizemos marido e mulher, mas em ‘Sol Nascente’, que é uma novela muito especial, porque tem muita gente querida, amigos, e é tão bom trabalhar com amigos…  Contraceno com o Marcelo Faria, com a Aracy…  Muita gente que eu já conhecia de outras novelas. Estou curtindo muito fazer. O Henri interpreta o meu irmão Ralf, que tem um pouco de ciúmes, porque a Lenita tem o dedo podre. Eles já sofreram muito na vida, então esse ranço. Ele acredita que alguém fará mal a ela, até que ele descobre que ela está saindo com o melhor amigo dele, o Felipe (Marcelo Faria), então tudo fica bem, mas eu acho que isso vai dissipar logo no início. Eles são esquentados, têm personalidades fortes, brigam, mas de repente estão se amando.

A Lenita tem um visual bem diferente das personagens que você está acostumada a interpretar. Como foi essa mudança pra você?

Estou adorando, porque é meio performático. Adoraria ter uma tatuagem no braço, sempre quis ter, mas é difícil porque sou atriz. É um pouco complicado. Existem métodos pra esconder, mas dá um trabalho. Eu tenho só uma, mas fica bem escondidinha. Sei que até vou ficar com vontade de fazer mais, principalmente depois da novela.

Voltando a falar um pouco sobre estilos, a Soraia em ‘I Love Paraisópolis’ era uma mulher fina e elegante. E agora você vem com outra pegada. Qual dos dois estilos mais se parecem com você?

A Lenita tem muito mais a ver comigo. Inclusive eu fiz um musical (Outside, 2011) bem rock in roll. Então, eu já estava meio que preparada para essa personagem, porque gosto de cantar rock, e me dou super bem. Amo ouvir David Bowie, Beatles, Rolling Stones, Jimmy Hendrix, Janis Joplin, Ultraje a Rigor, Legião Urbana, Barão Vermelho, O Rappa. Algumas dessas bandas eu vou cantar na novela. Da Legião, nós estamos tentando os direitos autorais, mas tem muita gente legal, que eu gostaria de cantar, mas depende da liberação. De seis anos pra cá, eu tenho me empenhado mais no canto. Ainda mais agora que vou cantar várias músicas da trilha sonora durante a novela. Eu tive que rodar bastante a cabeça para fazer as performances nas cenas. Faço loucuras no palco.

Em relação à criação da sua personagem, você chegou a se inspirar em alguém para interpretá-la?

Todo ator é um bom observador. Para criar a Lenita, eu me inspirei um pouco na Janis Joplin, na Rita Lee, além dos metaleiros. Ela tem um bar, é cheia de tatuagens, canta rock in roll, e lá tem uma atmosfera muito forte. Minha personagem tem uma energia masculina. Ela tem sensualidade taurina. Sempre penso em um signo para os meus papéis, e já imagino que ela seja de touro. Ela sofreu muito na vida, e se defende emocionalmente, porque perdeu os pais muito jovem e terminou se tornando responsável por cuidar do irmão Ralf. E, sinceramente, não é uma tarefa muito fácil, porque ele é imaturo, e extremamente ciumento. Ele ficou preso durante um tempo, em uma instituição para menores infratores, depois de agredir um ex-namorado da personagem. Aliás, foi na cadeia que ele aprendeu o seu ofício, e hoje é um dos profissionais mais respeitados na área. Enfim…  Mas eu já sou mais doce e romântica do que a Lenita. Sou sensível. Dependendo do que acontecer, eu choro na hora. Um dos momentos mais emocionantes na minha vida foi o nascimento dos meus filhos. Quando nasce um filho é um riso e choro ao mesmo tempo. É uma emoção muito forte.

Quando você ficou grávida pela primeira vez do Pedro, tinha uma idade, e há cinco anos nasceu a Stella. Existe muita diferença no jeito de criar após um período?

A diferença, é que você já sabe muita coisa, mas eu sou muito intuitiva, e quando fui mãe pela primeira vez, soube fazer tudo certinho. Nesta segunda vez, nós temos a chance de errarmos menos, porque já vimos muita coisa. Por exemplo, eu coloquei o Pedro numa escola de alfabetização, que não foi muito boa para ele. Então, dessa vez eu fiquei mais atenta em relação a Stelinha. Mas nem sempre temos como adivinhar. Outra coisa, é que a menina é mais dengosa, sensível. Já o Pedro raramente chorava. Ele foi um menino tranquilo. Caía e já levantava, mas a Stela é mais dengosa. Mas é muito tranquila também.

Você comentou sobre ter se dedicado bastante ao universo da música. Significa que um dia, quem sabe poderá gravar um disco?

Eu tenho um projeto musical com uma amiga, mas é totalmente voltado ao amor incondicional, uma coisa mais pro lado do MPB. Mas é um projeto muito lúdico, e bem diferente do rock in roll. Não tem nada a ver, mas eu cheguei a fazer um teste para interpretar ‘Mary Poppins’. Eu adoraria fazê-la. Mas essa galera é de canto lírico, e essa é uma técnica que eu não domino. Posso ser afinada, ter um potencial vocal muito grande, mas canto lírico é diferente. E geralmente, esses musicais de época, eles querem mais um virtuosismo, mulheres que cantem mais para o agudo. Daí tem que ter estudo. Mas eu queria muito o personagem, porque tem tudo a ver comigo, e eu faria uma linda Mary Poppins. Mas canto lírico é algo que eu não domino, não estou à vontade, mas eu fui fazer o teste do mesmo jeito (risos).

Os musicais chegaram com tudo no Brasil e têm conquistado cada vez mais as pessoas. Você tem vontade de fazer outros tipos também?

Gosto mais dos autorais, de companhia de teatro daqui (Brasil), que é a galera que eu gosto de trabalhar, que juntos, nós construímos o espetáculo durante o processo. Prefiro teatro contemporâneo, experimental, do que importado. Como atriz, prefiro uma obra autoral, nossa. Só que a Mary Poppins é para criança, e eu queria muito, porque eu estava cultivando esse desejo, por causa da minha filha, (Stella) que tem cinco anos. Eu ainda não consegui, mesmo com o pessoal da companhia que eu fiz o musical. Eles me chamaram pra participar de um novo projeto, mas foi ao mesmo tempo em que eu estava fazendo a peça ‘Doroteia’, aí não deu. Eu já estava ensaiando, e não teria tempo pra fazer duas peças e uma novela. Não tenho condições. É muito difícil, mas eu gostaria de ter feito, porque é uma obra para criança.

Na televisão tem algum personagem que você gostaria de fazer, mas ainda não teve a oportunidade?

Eu gostaria de fazer essas minisséries mais realistas que estão rolando, com tom mais cinematográfico. Eu ainda não tive a oportunidade, mas gostaria muito. Eu assisti ‘Justiça’ alguns dias e achei muito legal. Eu queria ter feito uma daquelas personagens, com certeza!

A Lenita é dona de um bar que toca rock in roll e você já disse que curte bastante esse tipo de música. Como tem sido essa experiência?

O bar Rota 94 é o ponto de encontro dos moradores da cidade. Além dos motociclistas, os turistas também frequentam o lugar, que é um point atraído por jovens e amantes de esportes. E tem também boa música, como eu disse antes, e também um estúdio de tatuagem. A Lenita é quem gerencia o bar. Ela é uma mulher batalhadora e de personalidade forte.

Você continua linda e maravilhosa, qual seria a sua dica de bem-estar?

É se alimentar e dormir bem. Eu sempre como uma salada antes da refeição principal, frutas, cereais, legumes, verduras, proteínas, que é superimportante. E claro, fazer exercícios que é essencial para o metabolismo. Nós somos movidas a isso. E quem quer ter um corpo saudável, deveria fazer caminhadas, bicicletas ou dançar. Qualquer atividade que lhe dê prazer, né?! Eu já fiz os ritos tibetanos, que são cinco posturas da yoga, que você faz 21 vezes cada. Isso faz com que o metabolismo gire com mais facilidade. Eu prefiro fazer de manhã, mas pode ser à noite, antes de dormir. É que você sua um pouquinho, e não pode tomar banho depois, porque esse calor que gera no corpo, é aconselhável permanecer por um tempo, com ele. Já fiz muita musculação também. E aeróbico, spinning, transport que eu gosto bastante.

Você mora no Rio de Janeiro, e já foi fotografada na praia alguma vezes. Você diria que frequentar a praia também tem seus benefícios?

Agora que a novela está no ar eu tenho ido super pouco. Estou precisando deste contado com a natureza, porque realmente ela me renova. Eu sou muito solar, muito do dia. Eu preciso desse contato com a natureza.

 texto: Ester Jacopetti

 FOTOS:

fotos: João Miguel Junior/TV Globo

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