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Post: ‘Casa da Memória Negra’ em Salto

‘Casa da Memória Negra’ em Salto

Espaço de oração e imagens sacras

Parte do acervo permanente do Museu da Cidade, exposição revela o cotidiano da população afro-saltense, bem como fé, hábitos, cultura, história e memória

O Museu da Cidade de Salto “Ettore Liberalesso” inaugurou no final do mês de agosto a exposição “Casa da Memória Negra de Salto”. A instalação, que faz parte da mostra permanente do Museu, proporciona ao visitante conhecer o jeito de ser e viver das famílias negras moradoras de Salto, a partir de seu cotidiano, refletindo sobre as experiências vivenciadas por esse grupo, a partir de sua identidade, ancestralidade e memória.

legenda 2: Mobiliário, fogão à lenha e outros objetos remetem ao passado

Idealizada por Lilian Solá Santiago e Claudete de Sousa Nogueira, a proposta é fazer uma leitura sobre a constituição de um espaço cultural específico da população negra na cidade, a partir das narrativas e do patrimônio material e imaterial produzidos por ela. Os visitantes farão uma visitação imersiva e interativa, com uma viagem no tempo, entrando na casa de pau-a-pique, que é uma réplica das moradias do início do século passado, especialmente montada dentro do Museu com mobiliário, fogão a lenha cênico, espaço de oração e imagens de pessoas da sociedade. O visitante verá também uma videoinstalação que representa a árvore genealógica das famílias negras de Salto com imagens de africanos escravizados retratados por Rugendas, mescladas com fotos de ontem e de hoje. Um grande mapa indicará a rota da vinda da maioria dos africanos escravizados no Sudeste brasileiro, e sua origem predominantemente bantu. Ainda no exterior da casa, o visitante obterá informações sobre a população negra da cidade em meados do século XIX.

Os temas da cultura afro-saltense destacados perpassam vários contextos como a origem bantu da maioria dos africanos escravizados na região Sudeste brasileira, Salto como rota de fuga de escravos, a população negra livre e escrava no final no período colonial, a relação de fé, festas e comidas, a inserção do negro na sociedade de classes industrial e urbana e as brincadeiras infantis, lendas e contos.

Numa casa de pau-a-pique, réplica das moradias do início do século passado, o visitante se depara com o cenário da época

A criação e direção geral da mostra são da cineasta e documentarista Lilian Solá Santiago, historiadora e mestre em Integração da América Latina pela USP. Ela tem vasta experiência na área de Artes, com ênfase em Realização Cinematográfica e Audiovisual, atuando, principalmente, com a temática afro-brasileira, tendo realizado diversos documentários. Já a historiadora Claudete de Sousa Nogueira é doutora em Educação pela Unicamp e mestre em História pela Unesp, desenvolvendo projetos de

pesquisa e extensão com a temática da diversidade étnico-racial e é coautora do livro “Memória Afro-brasileira em Itu”. A mostra ainda conta com videomapping de Fernando Timba e direção de arte e produção executiva de Andreia Vigo.

MAIS: A Casa da Memória Negra de Salto pode ser visitada gratuitamente de terça a domingo, das 9h às 17h; na rua José Galvão, 104, Centro de Salto.

 texto e fotos: Gisele Scaravelli

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