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Anna Osta – Presidente da ASLe

Jornalista de formação, a escritora Anna Osta abdicou de sua carreira para acompanhar o marido, executivo de multinacional, por diferentes países da América Latina e EUA. Saiu de Salto, sua cidade natal, aos 23 anos. “Eu fiz a opção de acompanhá-lo e o Jornalismo acabou acontecendo de outra maneira. Eu até brinco que era assessora de imprensa do meu marido”, brinca a escritora, que hoje é presidente da ASLe (Academia Saltense de Letras). Anna conta que desde criança sonhava em ser escritora e, até por isso, talvez o Jornalismo tenha sido a profissão escolhida, como forma de viabilizar o trabalho de escritora. “Quando eu fui para o exterior, morar fora, eu vi isso como uma fonte de pesquisa, ou seja, já tinha o olhar de escritora. Conheci mais a fundo outras culturas e sociedades. Meu marido foi trabalhar na América Latina, então o headquarters [sede] da região era Miami. Eu tive uma casa lá, mas o acompanhei em países como México e Venezuela, mas não morei em todos”, explica, acrescentando que conheceu Cancun, Chile, Colômbia, além da Argentina, terra natal de seu marido. A estadia no exterior durou sete anos e foi exatamente em um desses locais que nasceu seu primeiro livro, o “Betsy” (em 2002). Anna tomou conhecimento de um concurso literário em Minas Gerais e inscreveu seu romance, apesar de não ter ganhado prêmio nenhum, sua recompensa foi maior. “O sobrinho da Rachel de Queiroz teve acesso ao ‘Betsy’ e mandou pra ela. E foi assim que eu acabei recebendo o prefácio dela, que me abriu portas para editoras”, revela a escritora. Anna conta rindo que em sua primeira reunião, seu editor disse para que ela guardasse os originais de Rachel de Queiroz num cofre, e assim ela o fez. Apesar de ter feito a publicação do livro, a escritora conta que se frustrou um pouco com o mundo editorial. “Você passa por outra situação, todas as fases da publicação e tem que fazer bem todas as fases. Eu gosto de escrever, mas não é só isso. Tem noite de autógrafos, responder a perguntas que eu nunca tinha pensado, e etc. Eu não tinha muito o conceito de que o livro era um produto”. Depois do “Betsy”, Anna se aventurou na literatura infanto-juvenil, com inspiração nas duas filhas, e lançou mais quatro títulos, sendo o último deles, o “Crescendo na Terra do Nunca.”.

Novidades na ASLe

À frente da ASLe até o fim do ano, a escritora tem dois objetivos principais. O primeiro é fazer uma inclusão com a Aspas (Associação Saltense de Pais e Amigos dos Surdos). “Temos eventos com peças de teatro e outras coisas que esse grupo de crianças fica sem a possibilidade de participar, então quero ver se conseguimos inseri-los nos eventos da Academia”, explica a presidente. Além disso, o segundo objetivo é a transição e assistência para o digital com todos os acadêmicos. Anna afirma que nem todos os acadêmicos têm acesso e facilidade de usar o computador, e que é uma assistência útil para todos. “Estamos começando um trabalho de aula pra treinar todo mundo. Eu abracei a causa da Academia pra valer. Antes do Ettore [Liberalesso] falecer, eu estive com ele, em São Paulo, e ele não queria que esse sonho morresse. Ele sabia que ele era um líder e que muita gente estava ali em função dele, então chamou um por um, que ele achava que podia dar segmento ao sonho dele. Trabalhar pela Academia hoje é meu compromisso com o Ettore”, lembra com carinho do historiador saltense, falecido em julho de 2012.

texto e foto: Gisele Scaravelli

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