O veterinário João José Soares Junior é proprietário da Pet Family, em Salto, o único na cidade a atender pets exóticos como aves, roedores, coelhos, cobras, etc, além de cães e gatos. Com mais de 20 anos de profissão, Dr. João é formado pela Universidade Federal de Uberlândia e conta que desde criança adorava ficar entre os animais, brincar de cuidar deles. “Desde garoto eu sou grudado com bicho, não só pet, mas a natureza em geral. Acho que isso foi me direcionando. É uma vocação mesmo. Eu gosto muito e faço isso o dia inteiro e não me canso. Acho que fiz de um hobby a minha profissão”, explica o veterinário, lembrando que durante a faculdade até tentou trabalhar com animais de grande porte, mas descobriu nos pets, a satisfação profissional. À frente da Pet Family há 16 anos, Dr. João comanda uma equipe com mais dois veterinários e funcionários e conta que muitas pessoas escolhem a veterinária achando que não terão que lidar com pessoas, mas se enganam. Parte da profissão é lidar com proprietários dos pets. “A convivência, tanto com o proprietário quanto com o animal, é o que eu gosto. Assim como pessoas, têm animais difíceis de trabalhar também”, acrescenta. Mas a satisfação é a maior recompensa. A recuperação de um pet doente, o cuidado constante e devolvê-los com saúde para suas famílias são o combustível, segundo João, que move seu trabalho. Um de seus últimos casos, desses que marcam, foi o cão mestiço Beethoven, já tratado pela equipe da Pet Family há anos, que chegou a beira da morte. “Cogitou-se a eutanásia para evitar sofrimento dele, ele já estava sem andar. Eu quis ser teimoso com o tratamento dele, e no dia seguinte ele estava em pé, abanando o rabo”, conta satisfeito, e completa. “Esse tipo de coisa, faz a gente ver que nunca podemos desistir”.
Membro da família
Além de cuidar dos pets, Dr. João conta que já doou mais de mil animais, em sua trajetória profissional, muitos deles abandonados na clínica. Alguns deles, como seis gatos e dois cães, acabaram encontrando um lar na Pet Family. Ao contar nas histórias de como um ou outro bichinho chegou às suas mãos, ele aproveita e dá um alerta: “Atualmente ter um pet não é igual antigamente, que você colocava no fundo do quintal e dava resto de comida. Hoje temos outra consciência. Temos que cuidar, vacinar, alimentar, dar carinho, ter responsabilidade e saber que é um ser vivo que estamos cuidando e não um brinquedo”, ressalta, apontando os casos de abandono, já que muitos adultos presenteiam crianças com animais, que depois perdem o interesse no pet, e deixam de lado, como se fosse um brinquedo.
texto e foto: Gisele Scaravelli