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Jeffer Zion – O criador de Santas

Imagine uma tela de uma Nossa Senhora, em tons claros, envolta por abacaxis de ouro, ou seja, a Nossa Senhora dos Abacaxis. Imediatamente você pensa que é a santa que irá lhe ajudar a descascar os abacaxis da vida. Essa é, apenas, uma das imagens criadas a partir de uma licença artística de Jeffer Zion. O artista plástico é responsável pela criação de diversas imagens sacras, anjos e Cristos de encantar até os mais imperceptíveis à arte e crenças religiosas. Ele conta que começou a pintar aos dez anos de idade e que sempre foi o sonho da vida dele ser um artista plástico e poder viver da sua arte. Com um caminho longe de ser fácil, Jeffer conquistou o mercado artístico nacional e hoje suas telas e suas pinturas murais ganharam muitas paredes nacionais e internacionais. “Era o sonho da minha vida. Fui criando isso, de querer trabalhar com arte, desde pequeno mesmo. Tanto que meus tios e meus pais contam que quando perguntavam o que eu queria ser quando crescesse eu respondia: ‘Quero ser pintor’”, conta Jeffer, que começou a vender suas pinturas ainda criança. O dinheiro? Era usado para comprar material para criar mais. “Minha família era muito humilde e eu vendia pra comprar mais tintas, telas, etc.”, acrescenta. Natural de Taquarituba, Interior de São Paulo, o artista plástico é filho de agricultores, e conta que seus pais tiveram receio no começo, mas hoje sentem orgulho pelo filho. “Até provar pra eles que eu estava bem e tranquilo, levou um tempo, mas hoje, eles têm orgulho de mim”, revela feliz.

ASCENSÃO

Jeffer saiu da casa dos pais aos 16 anos e foi morar em Sorocaba. Trabalhou numa oficina de pintura e produzia peças que eram vendidas para todo o país e também para o exterior. A falta de reconhecimento de seu trabalho fez com que ele deixasse a oficina e começasse a dar aulas de pintura. “Dou aulas ainda hoje. Tenho seis alunos, no máximo. Vivo do meu trabalho. Vendo, exponho, viajo. Eu vivo exclusivamente do meu trabalho”, acrescenta. A influência sacra é da criação, o artista afirma que desde pequeno desenhava imagens sacras. “Eu não me considero tão religioso, mas eu sou uma pessoa de muita fé. Eu acredito em Deus e tenho minha fé”, ressalta. O artista confessa que a sua maior paixão é pintar imagens de Nossa Senhora, faces de Cristo e anjos, explicando que a figura humana é o que lhe encanta. “É o que me emociona, é o que me faz chorar quando estou pintando, é o que me arrepia, é o que me faz sentir bem quando eu termino. Isso traz uma coisa boa pra mim e acho passa pra quem vê também”, conta. A técnica utilizada na maioria das telas sacras é sofisticada. Jeffer explica que o processo começa com um projeto, montagem do esquema de materiais, posteriormente o desenho na tela, a cobertura dela com folha de ouro e a pintura em cima da folha. É uma técnica de policromia com a utilização de betume como tinta, e não como envelhecedor. “O ápice do trabalho não é projetado. A face, os detalhes do tecido, a posição de mão, são coisas mais profundas do que um projeto”, aponta o artista plástico. Além das telas, que hoje podem ser vistas na Galeria Vila Garden, em Itu, Jeffer também possui trabalhos na Europa. “Uma amiga, que se tornou uma manager, pega esses trabalhos, junta um montante, e quando existe um número X de trabalhos eu vou pra Europa para executá-los, na maioria das vezes pinturas murais, que lá é tradição”, acrescenta. A primeira vez que isso aconteceu foi em 2010 e de lá pra cá, Jeffer já efetuou diversos trabalhos e participou de exposições, na mesma época, passou a assinar Jeffer Zion. “Eu assinava Jefferson de Souza e precisava de um nome mais forte e que pudesse ser dito facilmente em qualquer país. Foi um rebatismo”, revela. Entre seus trabalhos, ele destaca a ornamentação, pinturas das paredes da sala de batismo e a Via Sacra que efetuou para a capela do Condomínio Terras de São José II, segundo ele, um trabalho muito forte que exigiu sua total exclusividade. “Durante um mês e meio eu só fiz isso, fiquei entre tintas, andaimes e pinceis. A partir disso surgiram muitas oportunidades na minha vida que resultaram na minha vinda a Itu”, encerra orgulhoso.

 texto e foto: Gisele Scaravelli

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