O Brasil é um dos grandes representantes da art naif mundial, retratando com habilidade as cores e a alegria do povo; exposição em Itu traz os artistas contemporâneos do gênero
Até o próximo dia 18 de janeiro, Itu recebe a exposição “Brasil Naif, uma aventura na alma brasileira”, na Casa da Praça. A mostra, com curadoria de Jacques Ardies, conta com 40 trabalhos de 25 artistas contemporâneos e históricos da arte naif brasileira. As obras de arte retratam festas folclóricas e religiosas, paisagens bucólicas, assim como cenas do cotidiano, inspiradas em experiências de vida e interpretadas de maneira original.
“Esses artistas têm em comum a sutileza com que retratam os temas ligados à natureza e ao dia a dia. Usando as cores com habilidade, eles transmitem em cada um de seus quadros a alegria, o lirismo e o otimismo característicos do povo brasileiro”, ressalta o galerista que adotou o incentivo à arte naif brasileira como uma de suas missões.
Hoje, o Brasil é um dos grandes representantes da art naif mundial, com seus enormes contrastes territoriais, sua preservação cultural, sua capacidade de aflorar novos talentos, sua mistura de raças e de crenças, sua sensibilidade inata, sua alegria contagiante.
Entre os artistas contemporâneos estão Ana Maria Dias, Isabel de Jesus, Rodolfo Tamanini, Maria Guadalupe, Cristiano Sidoti, Luis Cassemiro, entre outros. Já entre os artistas históricos, são citados Antonio Poteiro, Edson Lima, Elza O.S., Grauben, Ivan Moraes, Lia Mittarákis, Miranda, Silva e Rosana Becker do Vale.
“Há desde o grupo de características mais primitivas, sem maiores preocupações no acabamento do desenho, um pouco como uma arte bruta, aos artistas que se prendem a detalhes do traço e a um meticuloso processo de elaboração da obra chamados também dos poetas dos pinceis”, declara Jacques Ardies, há 35 anos à frente da galeria de arte que leva o seu nome.
O que é arte naif
É uma expressão artística que surgiu na eclosão da arte moderna. Os artistas naifs não querem seguir as regras da academia e por meios próprios inventam uma linguagem pessoal expressando as suas experiências de vida. Com determinação e obstinação, eles procuram superar as dificuldades da aparente falta de técnica propondo uma arte original, solta sem compromisso com a perspectiva e executada com total liberdade.
A palavra francesa “naïf” foi utilizada para definir o estilo de Henri Rousseau, que apresentava uma arte personalíssima e encantadora. No Brasil, este movimento se consolidou a partir dos anos 1940 com o surgimento das obras de Silvia, Heitor dos Prazeres e José Antonio da Silva, entre outras.
MAIS: A Casa da Praça fica localizada na praça Padre Miguel (Largo da Matriz), 56, Centro. A exposição, promovida pela Secretaria Municipal de Cultura, pode ser visitada de terça-feira a domingo, das 10h às 16h e a entrada é gratuita.
fotos: Reprodução/Divulgação