Literalmente, Rodrigo Mendes transformou seu sonho em realidade. “Eu já estava pensando em escrever um livro, mas queria que fosse algo que prendesse a atenção. Fiquei com isso na cabeça por um tempo, até que um dia, ou melhor, uma noite, sonhei com a ‘cena’ inicial e com a ‘cena’ final. Acordei, e ainda bem que me lembrei do sonho. Tive certeza de que aquilo daria uma ótima história, e a partir daí eu desenvolvi a trama para que aquele início chegasse ao final de uma forma que fizesse sentido”, inicia o morador de Indaiatuba, formado em Análise de Sistemas, e que acaba de lançar seu primeiro livro intitulado de “Atemporal”. Mesmo sabendo o início e o fim da história, muitas páginas ainda tinham que rolar, tanto que desde a fatídica noite até a publicação de sua obra, o escritor levou dois anos. “Escrever, apesar de ser extremamente prazeroso, requer uma disciplina e força de vontade muito grande e tendo que conciliar a escrita com meus afazeres diários é complicado. Então é muito fácil você desistir, deixar pra depois, ou simplesmente achar que não vale a pena. Para lançar o livro, é preciso ter perseverança, pois as editoras recebem muitos projetos e, às vezes, é difícil chamar a atenção para sua obra e criar o interesse para que ela seja escolhida para publicação. Mas realmente, perseverança é a palavra”, completa. Mas engana-se que depois de lançado o livro, acabou a preocupação. Pelo contrário, é após a ida para as prateleiras que começa a correria. “Para minha surpresa, até por ser minha primeira obra e não ter uma experiência prévia, o maior desafio está sendo depois do livro publicado. A divulgação é uma parte muito importante para o autor e, até por não ser conhecido, a batalha do dia-a-dia é justamente apresentar seu livro para os leitores de uma maneira geral. A editora, no meu caso, a Novo Século, abre as portas para o seu projeto, dá a oportunidade, mas a partir do lançamento depende muito mais do autor a maior parte da divulgação, até pelo fato de a editora ter muitos autores na mesma situação, o que torna inviável um trabalho de divulgação por parte dela. Então, o próprio autor precisa divulgar sua obra, para que tenha uma boa vendagem e garanta uma segunda edição.” Mas essa parte Rodrigo está tirando de letra, tanto que até na Bienal do Livro, em São Paulo, ele esteve autografando as edições de “Atemporal” no último mês.
O início
O sonho de Rodrigo Mendes foi apenas uma fagulha em uma paixão que existia há tempos. Cercado pelos livros desde a infância, o escritor já cogitou ter uma livraria e tem suas principais influências no autor norte-americano Harlan Coben, pelo estilo das histórias policiais, “onde você fica preso na história, e quer descobrir logo o que aconteceu”; o brasileiro André Vianco, pela ambientação de suas histórias no Brasil; e também o Jô Soares, pela mistura de estilos, tendendo principalmente para o humor. “Mas também é impossível não citar Agatha Christie, J.R.R. Tolkien, Sidney Sheldon e DanBown como grandes influências”, ressalta o escritor.
por Yara Alvarez
foto: Arquivo pessoal