Foi por um acaso que o saltense Cleber Volpato descobriu sua capacidade vocal. Sua vida musical teve início ainda adolescente, quando a pedido de uma amiga cantou em uma missa. “Ela estava precisando de alguém que cantasse e eu e um amigo fomos para completar o grupo. Aceitei pela amizade, pois nunca tinha cantado na vida”, conta. Ligado a música desde criança, Cleber já tinha feito aulas para aprender a tocar instrumentos musicais, mas nunca o canto. Por ocasião do destino, nesse dia em que cantou na igreja, um professor de Canto Lírico estava presente e o abordou ao final da apresentação. “Ele disse que eu deveria fazer aula de canto, pois tinha uma potência vocal muito boa”, lembra. Após um ano tendo as aulas, Cleber ingressou no Conservatório Dramático e Musical “Dr. Carlos de Campos”, em Tatuí, onde permaneceu por aproximadamente oito anos. “Lá, eu tive a sorte de ter aula de canto lírico com a professora Angelina Ragazzi, que num primeiro instante achou que eu já cantava profissionalmente”, já que a professora se impressionou com o vibrato em sua voz e chamou sua atenção para ópera. Super disciplinado, o tenor afirma que além de muito treino, não causa danos à voz e a preserva de forma que não faz a ingestão de bebidas alcoólicas, tabaco e muito menos nada gelado. Nunca. “Eu cuido da minha voz ao máximo, pois além de eu considerá-la um dom, é minha ferramenta de trabalho”, afirma. Entre experiências com corais, encontro com outros tenores e participações em diversos festivais, Cleber é Licenciado em Música pela Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba) e há mais de dez anos professor de canto no Conservatório Municipal Maestro Henrique Castellari, em Salto. Além disso, possui um grupo que faz apresentações em cerimônias religiosas. Com seus alunos desenvolve uma série de projetos, entre eles, destaca o “Café com Ópera”, que esse ano apresenta sua terceira edição. Além das aulas, Cleber gravou um CD de duetos com Humberto Vitale e promete que em breve apresentará mais dois trabalhos. “Eu gravei um CD apenas com músicas ‘Ave-Marias’, pois foi a primeira música que eu cantei na vida, e o segundo apenas de músicas líricas, com áreas de óperas. Preciso tentar vários caminhos, já que minha voz é meu instrumento de trabalho e eu não conseguiria fazer outra coisa”, finaliza.
texto Gisele Scaravelli
foto: Divulgação