A primeira inspiração veio de dentro da família. O avô paterno era primo-irmão de Tarsila do Amaral, uma das artistas brasileiras mais conhecidas dentro e fora do país, ou seja, a genética falou mais alto. Beatriz Simões do Amaral tem o sobrenome famoso, mas trilhou seu próprio caminho no mundo das formas e cores. Prova disso foi a exposição individual que fez no The Gallery Fine Arts Coral Gables, nos EUA. “Quando eu ainda era criança, meus pais descobriram que eu havia herdado o dom artístico da família. Eles, amantes das artes, me incentivaram ao máximo com aulas e visitas constantes a exposições de artes plásticas, fui crescendo cada vez mais apaixonada por todo este universo, o que me levou a fazer a Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Paralelo, cursava estamparia na Faculdade Santa Marcelina e continuava tendo aulas com diversos artistas, entre eles Walter Lewy”, relembra a artista. Ainda buscando na memória, Beatriz diz que sua primeira exposição foi de caixas com pequenas instalações dentro delas, “mas já transitei por várias técnicas, das mais comuns, como óleo sobre tela, até instalações e objetos.” “As técnicas geralmente são mistas, no meu último trabalho ‘Ponto de fuga’, que passou para fase final do Mapa Cultural representando Indaiatuba que acontecerá neste primeiro semestre, eu utilizei a colagem como técnica. Os trabalhos são colagens de acetato impresso e guache sobre papel”, completa. São essas obras que ilustram esta matéria. Com quase 30 anos de carreira, Beatriz desabafa que vender arte no Brasil ainda é complicado, “por isso que não estou mais trabalhando com galerias”. Mantendo seu estilo Contemporâneo, a artista plástica ressalta que a obra mais marcante de sua carreira é a que ainda está por acontecer. “Mas meu último trabalho é o que está mais presente, além dele, tenho outros projetos, como o Coletivo Áscua, do qual eu faço parte. Nossa última exposição foi em Piracicaba, na Unimep, com a obra ‘Improvisórios’, que estamos planejando expor em Indaiatuba também”, conta. E se a primeira inspiração veio de casa, as demais vêm do mundo. “Minha lista é bem grande; na última Bienal gostei muito do trabalho do Nino Cais, mas também gosto do Farnese, Basquiat… São tantas inspirações e elas sempre estão aumentando”, finaliza a incansável artista.
texto: Yara Alvarez
foto: Vera Martins de Sá