Na semana do Meio Ambiente, Indaiatuba recebe a exposição do fotógrafo catarinense Araquém Alcântara. Conhecido como ‘Colecionador de Mundos’ Araquém é consagrado e premiado internacionalmente, sendo um dos precursores da fotografia de natureza no Brasil e um dos mais importantes fotógrafos da atualidade.
A exposição que inicia na quarta-feira (5) e segue até o dia 28 faz parte do evento Indaiatuba Sustentável e acontece no foyer da Sala Acrísio de Camargo no Ciaei (Centro Integrado de Apoio a Educação de Indaiatuba). A entrada é gratuita.
Araquém Alcântara é fotógrafo, jornalista e professor. Em 1970, ingressou na Faculdade de Jornalismo da Universidade de Santos. Durante a graduação, trabalhou como repórter dos jornais: O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde e assim iniciou nafotografia. Em 1979 realizou sua primeira matéria de cunho ambiental, a documentação do Parque da Juréia, em Iguape, São Paulo. A partir daí, fez expedições fotográficas à Mata Atlântica. Entre 1972 e 1982 trabalhou também nos jornais: Cidade de Santos, O Globo, Tribuna de Santos e revista IstoÉ.
A partir de 1985, tornou-se free-lancer e colaborou em periódicos nacionais e internacionais. De 1988 a 1998, dedicou-se à documentação da fauna e da flora dos 36 parques ecológicos brasileiros, o que deu origem ao livro Terra Brasil, de 1998. Entre os prêmios recebidos, destaca-se a Presença das Crianças nas Américas, concebido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância – Inicef, em 1979; o Grande Prêmio da 1ª Bienal de Fotografia Ecológica, realizada em Porto Alegre, em 1982; e de melhor exposição em 1993, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte – APCA. Alcântara é autor de 17 livros de fotografia, sendo a maioria sobre os ecossistemas nacionais.
De acordo com o fotógrafo, de todas as viagens a mais fantástica e trabalhosa foi na virada de 1996 para 1997 pela Amazônia. De avião, de barco e a pé, quatro meses de andanças, 60 mil quilômetros percorridos, mais de 30 mil fotos. É o que custa a decisão de fotografar os sete Parques Nacionais. No Acre, para fotografar uma única e bela cachoeira do Parque Nacional da Serra do Divisor, foram necessários três dias de barco e dois a pé pela selva. A cachoeira se chamava Formosa, e merecia.
Em Roraima, o monomotor em que viajavam desapareceu numa tempestade. Ficaram uma infinita meia hora entre nuvens pesadas e raios. Na descida do rio Cotingo, também em Roraima, a canoa se desgovernou na correnteza, próximo a uma cachoeira. Na última hora, como nos filmes, foi possível agarrar-se numa pedra, controlar o barco e salvar a tripulação e todo equipamento.
Uma viagem à Amazônia não estaria completa sem uma subida ao Pico da Neblina, uma aventura de 17 dias. Foi uma subida sem nem uma corda para ajudar. Em cinco horas chegaram ao topo, um platô com aproximadamente 20 metros com a bandeira brasileira fincada na pedra. A épica foto, quase nem é possível. Araquém se submeteu ao frio e ao cansaço e conseguiu escrever em seu caderno de anotações. “Eu me sinto, mais que nunca, um viajante, um colecionador de mundos. Aqui, mais uma vez, consagro minha vida a registrar e repartir belezas”.
com informações do site oficial: http://www.araquem.com.br/
foto: Divulgação/Araquém Alcântara