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On na internet off na vida real

A maioria dos internautas permanece conectada dia e noite, seja pelo notebook, tablets ou celulares. Mas isso pode atrapalhar o dia a dia e os seus afazeres

Cada vez mais, a vida online nas redes sociais se transforma em problemas reais. Afinal, como saber qual é o limite para o uso da internet?

Não é Big Brother, mas com certeza você dá uma “espiadinha”. Já sabe do que estamos falando? Não. Então responda rápido. Quantas fotos curtidas você tem, qual é o número de “cutucadas” que recebeu ontem e o principal, quantos amigos virtuais figuram em sua página?

Agora ficou mais fácil. O Facebook tornou-se febre no mundo, e aqui, no Brasil, como já aconteceu com o ultrapassado Orkut, a rede social é um sucesso e elevou o país para um dos principais usuários do globo.

Mas o que começou como uma ferramenta para agrupar amigos e localizar conhecidos que se distanciaram, tornou-se um aliado para contratações em empresas, auxílio para aquela paquera e, claro, para saber o que acontece na vida alheia e divulgar o que acontece na sua.

Com tantas possibilidades de uso e de compartilhamento, algumas pessoas “pesam a mão”. “Só não digo que uso 24 horas por dia porque eu durmo. Utilizo principalmente o Facebook e o Twitter. Às vezes, até de madrugada quando estou sem sono, eu posto alguma coisa”, conta a advogada Paloma de Lucca Bertello Corrêa.

A arquiteta e intercambista Alessandra Gonçalves Ribeiro, também diz que fica conectada 24 horas por dia. “Talvez pelo fato de estar longe da família e dos amigos, eu use com mais frequência que o normal. Às vezes acordo no meio da noite e dou uma olhadinha para ver se tem alguma novidade na rede”, declara.

A exemplo dessas internautas, a maioria das pessoas permanece conectada dia e noite, seja pelo notebook, tablets ou celulares. Mas essa conectividade toda pode atrapalhar o dia a dia e os seus afazeres. “Acreditamos que por uma cobrança do eu interior e pela conectividade, todas as pessoas querem demonstrar a si e as pessoas ao seu redor, que estão por dentro do que está acontecendo no mundo de forma online; esta postura cotidiana gera culpas e uma condição de pressão que com o passar do tempo se transforma em uma síndrome da informação desmedida, muitas vezes incontida. Causando estresse, acumulando e tranformando o seu cotidiano, enchendo-o de informações que não agregam nada de melhor na sua condição de vida. Para diminuir esta cobrança, é importante ter momentos onde se possa relaxar e mudar sua atenção para outras atividades ao longo do seu dia; como um bom livro, prática de exercícios fisicos, momentos de descontração com os amigos, ou seja, atividades que lhe tragam felicidade”, explica a psicóloga Fabiana De Vechi Pacioni.

Ligar um notebook ou checar as notícias no celular é algo corriqueiro na atualidade, e por mais que tentemos manter um uso saudável da internet, o caminho nos mostra o contrário. Exemplo disso é a facilidade com que as crianças utilizam essas ferramentas. Mandar um SMS é uma tarefa sem grande complexidade para crianças de cinco anos. Assim como nas escolas de educação infantil é comum vermos tablets nas bibliotecas. Mas será que tanta tecnologia e informação tão cedo não pode tornar-se prejuducial?  “De fato as crianças têm acesso a esses recursos precocemente, mas ninguém ousa negar que a tecnologia abriu portas, expandiu horizontes intelectuais e proporcionou oportunidades antes impossíveis para crianças e jovens. O que acontece é que na maioria das vezes o uso sem controle e sem supervisão dos responsáveis pode acarretar problemas com o uso abusivo, tais como; baixo rendimento escolar, timidez, depressão, sedentarismo e até mesmo o desenvolvimento de alguns transtornos ansiosos. E no futuro, esses pequenos podem transformar-se em um adulto que sofre de ansiedade”, explica a psicóloga.

Se a internet abre as “portas do conhecimento”, ela também pode atrapalhar nessa busca. Fabiana conta que ajudou uma paciente a se distanciar do computador, a fim de conseguir estudar para o vestibular. “Ela não conseguia ficar longe de um determinado jogo por mais de três horas se tivesse em casa. Só não estava no computador no período escolar, o que lhe trouxe problemas, pois estava no periodo pré-vestibular”, conta.

Se com essa jovem o problema era a falta de concentração, com Paloma, os problemas são com os atrasos. “De vez em quando meu marido reclama e fica com ciúmes. Ele diz que fico ‘on’ na internet e ‘off’ em casa. Mas não deixo de fazer nada por conta da conectividade. Geralmente eu ligo o Facebook e o Twitter quando acordo e deixo o dia todo. Quando estou ocupada, de tempos em tempos, sento em frente ao computador para postar algo ou simplesmente navegar pela internet, então depois de ‘bisbilhotar’ eu volto à minha tarefa. Quando termino, aí sim fico direto. De noite eu desconecto do computador, mas fico no celular e de vez em quando isso me atrasa e eu sempre saio correndo”, admite.

Necessidade de “se mostrar”

A psicologia explica que o homem, de uma forma geral, sente necessidade de se mostrar bem. “Isso se deve ao fato do que passamos no nosso dia a dia, ao que observamos desde quando nascemos e a sociedade em que vivemos. Hoje, somos bem vistos pelas fotos que compartilhamos, pela vida social ativa e sucesso que muitas vezes trazem. Necessitamos da aceitação das pessoas para nos sentirmos bem”, comenta Fabiana.

Para a arquiteta Alessandra, essa exposição já trouxe alguns problemas na rede. “Não foi nada demais. Já postei algumas frases e outras pessoas acharam que era para elas e vieram me encher de desaforo. Mas o que causa mais problemas são as fotos, porque intercambistas no geral bebem muito e daí postam fotos de bebidas e com bebidas o que é absolutamente normal, mas eu esqueço que tenho sobrinhos que têm Facebook. Além disso, meus pais acham que a sociedade vai pensar que minha vida aqui só é curtição e ‘cachaçada’ e apesar de ter uma outra visão sobre isso, acabo deletando as imagens e pensando duas vezes antes de postar por respeito a eles”, diz.

Facebook para empresas

Nem só de contatos pessoais vive a rede social. Uma recente pesquisa indica que na América Latina o uso corporativo das mídias socias, cresceu 8% entre 2010 a 2012, indo de 79% para 87%. No mesmo período o Facebook conseguiu se disseminar ainda mais no continente, atingindo 50% de uso entre as empresas. Apenas no Brasil, a presença mais que triplicou no biênio, passando de 16% para 52%, com destaques também para Argentina, que teve saldo positivo de 28%; Peru, de 27%; e Porto Rico, de 19%1.

O sucesso empresarial do Facebook no país está na receptividade e integração do consumidor e suas marcas preferidas. Entre 2010 e 2012, analisando apenas as páginas brasileiras ligadas a uma empresa, o número médio de curtidas subiu de 1.873 para 515.619.

 texto Yara Alvarez

fotos Fotolia

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