O médico-psiquiatra que se transformou no guru dos empresários bem sucedidos, Roberto Shinyashiki, teve coragem de “deixar” sua carreira médica para dedicar-se aos livros e palestras. Conhecido como o “palestrante que dá resultado”, o profissional atinge as pessoas em seu ponto mais delicado: a capacidade de realizar seus sonhos.
Além de médico e palestrante, Roberto é presidente da Editora Gente, consultor organizacional e autor com mais de 15 títulos no currículo. Dono de uma carreira profissional brilhante, Roberto também se sobressai na vida familiar. Pai de cinco filhos, o profissional dizque a cada vez que vê uma pessoa sofrendo, corre logo para procurar uma solução para os desafios. Tem gente que diz que ler um livro de sua autoria é como se estivesse vendo uma palestra. As diversas maneiras que ajuda a criar, integrando felicidade e sucesso, são a fórmula de seu reconhecimento. Em entrevista exclusiva à Revista Regional, Roberto fala sobre a difícil tarefa de criar os filhos e dá dicas para as pessoas que querem mudanças na vida profissional.
Revista Regional: O senhor é pai de cinco filhos, trocou de profissão e prega a felicidade para as pessoas. Em seu livro “Pais e Filhos: Companheiros de viagem – Uma educação para a felicidade”, o senhor fala sobre expectativas e frustrações e da necessidade de criar os filhos para a felicidade. Conte-nos um pouco mais.
Roberto Shinyashiki: Não adianta querer educar uma criança sem considerar a alma dela. Ser pai não pode ser enquadrar o filho em um projeto de vida que ele criou para a criança, mas sim ajudá-la a realizar sua própria vocação existencial. A obra ajuda pais que estão educando seus filhos a fazer isso com alma, considerando a vocação da criança para que ela sinta-se feliz e realizada na vida, por meio de atitudes e posturas eficazes para o entendimento do que realmente deve ser feito. Mostro fundamentos da educação para a felicidade e apresento as atitudes que fazem pais e mães melhores. No livro, dou sugestões para lidar com questões difíceis e dicas de como melhorar a maneira de amar seu filho como ele é. Além de ensinar como cultivar a espiritualidade e o amor universal e a descobrir o que é verdadeiramente importante.
O senhor tem formação em Medicina. Como foi “parar” nas prateleiras e nas palestras?
Fui fazer Medicina porque queria ajudar as pessoas. Depois fiz Psiquiatria, pela mesma razão. Mas percebi que escrevendo livros de autoajuda poderia ajudar um número muito maior de pessoas do que apenas atuando em consultórios. Foi então que me tornei um escritor. Quando voltei minha atenção para ajudar as pessoas também no ramo profissional, as palestras foram a solução que encontrei para viabilizar essa nova forma de continuar ajudando um número de pessoas cada vez maior.
Imagino que para ter trocado de profissão, foi preciso determinação e coragem. Que dicas e conselhos o senhor pode dar para as pessoas que gostariam de dar uma virada profissional, mas se apegam ao medo?
A primeira coisa é saber exatamente o que você quer fazer de sua vida profissional. Não adianta mudar por mudar. Você precisa ter um propósito muito claro, antes de iniciar uma mudança. Mas, uma vez que você decidiu que vai mudar de profissão, é preciso criar um bom planejamento, principalmente prevendo uma fase de transição entre uma carreira e outra (especialmente financeiramente falando). Você precisa traçar um plano que o leve gradativamente de uma carreira a outra, sem comprometer os compromissos pessoais que você tenha amarrados aos seus resultados na profissão em que está.Uma vez que você sabe claramente para onde quer ir e tem esse plano de transição claro em sua mente, o medo vai embora, ou pelo menos não se torna impedimento para a sua mudança.
Aqui no Brasil dizemos que o ano só começa depois do Carnaval. Então é comum as pessoas ainda estarem fazendo planos para o desenrolar do ano e muitas delas desejam um trabalho melhor, ser promovido dentro da empresa, trocar de profissão e até iniciar uma nova formação. Para essas pessoas que precisam de uma palavra de incentivo, o que o senhor diria?
Trabalhem! Ajam! Não adianta fazer planos e não colocar em ação. Não adianta desejar um aumento de salário e não fazer coisa alguma para merecê-lo. De nada vale sonhar com uma promoção e não se colocar a altura do cargo que deseja. Planejar iniciar uma nova formação e deixar os planos somente no papel não vai lhe acrescentar conhecimento novo e nem lhe dar um diploma. Para aquelas pessoas que ainda pensam que o ano no Brasil só começa depois do Carnaval, tenho uma péssima notícia: quando elas resolverem começar a trabalhar de verdade, depois da quarta-feira de cinzas, seus concorrentes, que começaram a trabalhar no começo de janeiro, já estarão quilômetros à frente delas.
No mercado competitivo que enfrentamos hoje, como se destacar sem ser egocêntrico e individualista?
As pessoas precisam entender que no mercado competitivo de hoje, mais do que sempre, é preciso saber trabalhar em equipe e, mais ainda, ter capacidade de liderar uma equipe. Então, não há lugar para egocentrismo e individualismo. Quem pensa que posar de dono da verdade o coloca como profissional valorizado se engana. Não há espaço no mundo de hoje para quem não está disposto a contribuir para a equipe e aprender com ela.
O mercado está muito dinâmico e os profissionais precisam moldar-se a ele na ‘velocidade da luz’. Como administrar as expectativas de uma carreira bem sucedida a uma vida pessoal saudável?
É preciso ter um sentido de missão na vida, um propósito de vida muito claro. O mundo de hoje realmente exige da pessoa um grande envolvimento profissional. Mas quando você busca o sucesso e se esquece de ser feliz, nada funciona direito.Quando você tem um propósito de vida, um sentido de missão de vida mais abrangente e voltado para seu crescimento como pessoa e para o bem comum, é mais simples olhar para todos os aspectos da vida com mais equilíbrio e sensatez, é possível ter sucesso e ser feliz ao mesmo tempo, tanto na vida profissional como na pessoal.
texto Yara Alvarez
foto: Divulgação
