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Sacolas plásticas

“A tacada que os supermercados querem realizar no Brasil é vender as sacolas, pois se antes era custo, agora passa a ser mais um artigo de venda, ou seja, é receita, de modo a auferir maior lucro”

O grande vilão do meio ambiente, pelo que entendemos, são as garrafas PET. No entanto não são mencionadas pelos supostos protetores do meio ambiente. E por falar em meio ambiente virou uma bagunça generalizada, e tirar uma “casquinha” virou moda.

Os sacos plásticos continuam a ser usados nas residências para por lixo, com um detalhe: agora são comprados nos supermercados, aumentando o lucro dos mesmos, pois sempre fomos nós que pagamos a conta. Começou em São Paulo a proibição do uso de sacos plásticos e aos poucos se espalhando pelo país. Esse banimento não foi por amor ao meio ambiente, mas uma grande jogada para se ganhar mais dinheiro.

São três empresas que dominam as grandes redes de supermercados no Brasil. Uma é brasileira (Pão de Açúcar), uma americana (Wal-Mart) e uma europeia (a francesa Carrefour).

Desde há muito tempo que nos EUA e na Europa as sacolas plásticas são vendidas no caixa do supermercado na hora do pagamento das compras. Lá não existe a cultura de se dar sacolas para ninguém, ao contrário do Brasil, onde não eram cobradas. Levava-se para casa uma enorme quantidade de sacolas plásticas, independentemente do valor da compra efetuada ou do volume da mesma. Era um costume antigo, já incorporado no dia a dia dos brasileiros.

A tacada que os supermercados querem realizar no Brasil é vender as sacolas, pois se antes era custo, agora passa a ser mais um artigo de venda, ou seja, é receita, de modo a auferir maior lucro. Existem outros produtos, cuja embalagem é de plástico, porém ninguém se manifesta contra, igual às campanhas contra as sacolas plásticas que, de modo geral, vão para o lixo, ao passo que esses produtos dão lucro nas vendas.

Essas redes de supermercados se utilizam de estratégias bem elaboradas para convencer as pessoas sob diversas formas. Junto ao poder público (Prefeituras, vereadores, deputados, governadores) incentivam a criar leis proibindo o uso das sacolas.  Os jornais e TVs jamais serão contra seus anunciantes e fazem merchandising a favor dessas grandes redes, demonstrando ao público o quanto que são nocivas as sacolas, pois são as grandes culpadas pelos entupimentos de bueiros, poluição, enchentes e todo tipo de coisa ruim, pois tem a seu favor todo esse bom momento em prol do verde e se engajam na corrente dos salvadores do planeta. É o poder do convencimento para atingir objetivos.

Observa-se que os supermercados não condenam as embalagens plásticas de produtos de limpeza, refrigerantes, bebidas, latas, alimentos, pilhas e etc., pois geram lucro e essa de defender o meio ambiente é cascata. A verdade é que estão em busca de lucro com suas vendas e, na realidade, nós pagamos a conta, como sempre.

Entendemos que devemos preservar o meio ambiente, mas sem demagogia, num processo de conscientização coletiva, em que cada um faça a sua parte. A começar a jogar lixo no latão e nos locais pré-determinados. Ruas e calçadas não são lixeiras.

Orlando Sabka é morador de Rondonópolis (e-mail: osabka@terra.com.br) e escreve para o blog Santa Política e para o Jornal Diário Regional. Ele colaborou com esta edição da Revista Regional.

foto: Arquivo

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