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Post: Quando a crueldade chega ao seu limite

Quando a crueldade chega ao seu limite

Redes sociais têm denunciado vários casos de agressões a pequenos animais

Agressão a Yorkshire choca e mobiliza internautas. No Brasil, já há, inclusive, uma Agência de Notícias, criada para defender o direito dos animais

 

Foram pouco mais de três minutos, mas as cenas vistas nesse intervalo de tempo relativamente curto chocaram os brasileiros. Em dezembro, caiu na rede um vídeo no qual uma enfermeira espanca cruel e friamente uma cachorra da raça Yorkshire, que morreu alguns dias depois. As agressões são presenciadas por uma criança, que aparenta ter em torno de três anos.

Milhares de internautas, comovidos com o sofrimento do animal, deram início a várias campanhas nas redes sociais. Os sentimentos eram vários, de indignação à revolta, expressadas por inúmeras postagens no Facebook. Houve quem trocasse a sua foto pela de um cão. No Twitter, por sua vez, o assunto dominou os Trending Topics e permaneceu entre os mais comentados ao longo de vários dias. Usuários mandaram mensagens ao suposto perfil da agressora – que teve os seus dados pessoais, como endereço e documentos, revelados – manifestando o seu repúdio e clamando por justiça.

Objetivamente, foi criada uma petição on line, reivindicando que a enfermeira seja condenada à pena máxima por crime de maus tratos. Até o fechamento dessa reportagem, mais de 380 mil pessoas haviam assinado o documento virtual. “A internet é uma ferramenta importante para a conscientização. Cada vez mais, os usuários tem se mobilizado nas redes sociais. Essa postura acaba por sensibilizar as autoridades a fazer mudanças na lei”, opina a jornalista Silvana Andrade, idealizadora da Agência de Notícias de Direitos Animais (Anda).

Primeira a noticiar o caso, a organização – que não possui fins lucrativos – nasceu a partir da observação de que a imprensa, de uma forma geral, não tratava os assuntos relacionados aos animais com a devida importância. O objetivo é dialogar com a grande mídia e também responder a sociedade. De acordo com Silvana, os animais educam; por essa razão, a Anda combate a violência social e a destruição do meio ambiente a partir dos direitos deles.

“A sociedade é muito cruel, mas esta situação pode mudar. Em nossos eventos, incentivamos, por exemplo, a adoção de animais considerados especiais – gordos, velhos, doentes crônicos ou deficientes. Quem se dispõe a cuidar deles, passa a enxergar o mundo de outra forma e se torna mais solidário”, garante.

Os resultados do bom trabalho já estão aparecendo. Temas como experimentação animal e rodeios já são repudiados pela sociedade, ao mesmo tempo em que três grandes grifes já se comprometeram publicamente – por meio de um termo registrado em cartório – a retirar peles verdadeiras de seus catálogos. A internet também é um indicador da repercussão da iniciativa: mais de 31 mil pessoas já curtiram a página oficial no Facebook. A Anda também está entre os 58 mil sites mais acessados do mundo e os 1 mil mais vistos do Brasil.

Como se vê, nem toda história apresenta um final triste. São vários os casos, por exemplo, de animais que são reintegrados às suas famílias. Ganhou notoriedade o episódio no qual o cão Pinpoo desapareceu no hangar do aeroporto internacional Salgado Filho (RS), em março do ano passado. Encontrado por policiais 14 dias mais tarde, ele foi devolvido a sua tutora. Nesse intervalo de tempo, internautas também se mobilizaram em prol de um final feliz, pressionando a companhia aérea a assumir a responsabilidade pelo incidente.

Por fim, Silvana deixa um recado. “Apenas os animais nos enxergam como realmente somos. Cachorros não estão preocupados com o que a gente tem ou aparenta, nos dão amor incondicional. Acredito que o ser humano deve vivenciar a paz em dimensão e profundidade, agindo com consciência: se aprendermos a respeitar os direitos deles, ficará mais fácil compreender todo o resto”.

 

O que fazer em caso de agressão

 

Caso desconfie de que algum animal esteja sendo mal tratado, investigue e certifique-se da veracidade de suas suspeitas. Sempre que possível, converse com o agressor, salientando o fato de que ele está cometendo um crime. Aja de maneira objetiva, mas com educação. Tenha em mente que o seu propósito é o bem-estar do animal. Se, ainda sim, as agressões continuarem, vá à delegacia – preferencialmente da Polícia Ambiental – e registre um boletim de ocorrência. No universo virtual, o site Safernet (www.safernet.org.br/site/denunciar) recebe denúncias de páginas que façam apologia ou promovam maus-tratos de animais silvestres e domésticos. Para outras informações sobre como agir, acesse o site da Anda (veja o endereço abaixo) e baixe, gratuitamente, uma cartilha com todas as orientações.

 

Anda na internet:

texto Piero Vergílio

 

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