Pesquisar

>

Post: Poetisa de Itatiba ganha o Moutonnée 2011

Poetisa de Itatiba ganha o Moutonnée 2011

Entrega do prêmio na categoria principal

A poetisa Maria José Federigu Nisgoski de Itatiba foi a grande vencedora na categoria adulto, da 21ª edição do Prêmio Moutonnée de Poesia de Salto, com o poema “O Poeta Anônimo”. A segunda colocação ficou para a poetisa de Taboão da Serra, Luci Teixeira da Silva, com o poema “Com Ciência Negra”; e terceira, para Silvia Aparecida Caetano Alves, de Santa Cruz das Palmeiras, com a poesia “Paz na Terra”. Na categoria poema temático, criada devido ao grande número de poemas recebidos durantes as edições e que se esmeraram em descrever e homenagear a Rocha Moutonnée, a grande vencedora foi a poetisa Tais Vela Cruz, de Rancharia, com o poema “Tudo o que sou: Moutonnée”. Já na categoria juvenil sagraram-se vencedores: 1º lugar para João Paulo Saconi de Itu, com a poesia “Além dos Sonhos”, 2º para Vinicius de Alvarenga Andrade de São Paulo, com o poema “Uma Manhã Qualquer”, e 3º lugar para Renata Barbosa de Souza, também de São Paulo, com “Viver, Amar, Sonhar”. Pela categoria infantil receberam menções honrosas: o campineiro Alexandre de Aguiar Maria e os saltenses Gabriel Rodrigues da Silva e Bruno Henrique de Paiva de Fontes. A solenidade de premiação aconteceu no dia 05 de novembro, nas dependências da Sala Palma de Ouro – Centro de Educação e Cultura Anselmo Duarte, em Salto. A cerimônia contou com a participação especial do quarteto de cordas do Conservatório Municipal “Maestro Henrique Castellari” e dos bailarinos da Faces Ocultas Cia de Dança. Os primeiros poemas classificados em cada categoria foram declamados pelos atores saltenses: Paulo Batista, Evelyn Marcondes, Carolina Rossini, Charles Ferreira, Renato Bispo, Marco Steffano e Adilson Silva, acompanhados pela musicista Célia Trettel.

POEMA VENCEDOR – Categoria Adulto – Maria José Federigu Nisgoski – Itatiba/SP

O Poeta Anônimo

 

I

Zé Bento, pessoa simples,

Não era muito letrado

O pouco que aprendeu

Foi na escolinha do povoado.

II

À tardinha, depois da lida,

No aconchego de seu lar

Lápis e papel na mão:

Queria seus versos rascunhar..

III

Sob a luz do lampião

Ele ficava a meditar:

“Que obra da natureza

Iria em seus versos homenagear?”

IV

Hoje talvez a Lua cheia

Com seus raios prateados,

Ou quem sabe as estrelas

Que deixam o céu todo enfeitado.

V

Pensou em falar das matas,

De suas árvores frondosas,

Do alvo lírio do pântano

Ou das cachoeiras esplendorosas.

VI

Ficava assim indeciso

Diante de tanta beleza

E perguntava : Ó meu Deus!

Porque destroem a natureza?”

VII

Já tinha feito versos

Para a faceira Maria Rita,

Que ficava tão formosa

Em seu vestido de chita.

VIII

Ela foi seu grande amor

Lá no longiquo passado,

Agora só restam lembranças

IX

Que permanecem ao seu lado.

Não queria ficar triste

Nessa noite especial

Os sinos anunciavam

A chegada do Natal.

X

Vestiu sua melhor roupa:

Um paletó já bem desbotado,

A calça rustida nos joelhos

E uma camisa que tinham lhe dado.

XI

Não tinha a preocupação

De no espelho se olhar.

Quando atravessasse o riacho

Poderia em suas águas se mirar,

XII

Mas Zé Bento não tinha vaidade.

Só queria a Deus agradecer

Por essa dádiva preciosa

De seus versos poder fazer.

XIII

Fechou sua casinha,

Deixou o lampião apagado

E começou a caminhar

Em direção ao povoado.

XIV

Ao chegar à capela

Ele ficou a contemplar

A imagem de Cristo na cruz

E lagrimas deixou derramar.

XV

Zé Bento não entendia

Como pôde acontecer:

Cristo, para nos salvar,

Teve que na cruz pregado morrer.

XVI

Depois da cerimônia,

Ajoelhou-se aos pés do altar.

Precisava falar com Deus

E uns versos recitar.

XVII

“Senhor, meu  Criador,

Estou aqui ajoelhado

Implorando teu perdão

Para os meus, os nossos pecados.”

XVIII

No dia seguinte, Zé Bento

Permanecia no mesmo lugar.

Deus o tinha chamado

Para outra missão realizar.

XIX

Não deu tempo de agradecer

Por ter sido um iluminado.

Foi poeta sem fama e sem glória,

Mas se sentia abençoado.

XX

E assim o Poeta Anônimo

Partiu sem avisar,

Mas os seus últimos versos

Pode ao Criador dedicar!

 

fotos: AI Pref. Salto

 

# DESTAQUES

Abrir WhatsApp
1
ANUNCIE!
Escanear o código
ANUNCIE!
Olá!
Anuncie na Revista Regional?