Além do azul do mar, estar na Grécia é estar imerso numa história milenar, com grandes construções aos deuses, conquistas do Alexandre, o Grande, é conhecer o berço de importantes filósofos, da concepção da democracia, das olimpíadas e claro, pela visita a suas lindíssimas ilhas.
Claro que não poderíamos deixar de conhecer Atenas. Uma cidade grande, com muitos problemas econômicos como estamos vendo na TV. Quando passamos por lá havia um acampamento em praça pública, muitas barracas e pessoas se manifestando e atrás de tudo isso, muitos e muitos turistas como nós andando pela cidade atrás de seus templos e museus, onde são resgatadas as muitas histórias do lugar.
Conhecemos a Acrópole, um lugar incrível que proporciona uma vista panorâmica da cidade. Por ser o ponto mais alto, sua função era a proteção militar. Com o tempo, foi sendo utilizado como centro religioso. Entre tantas construções antigas, aqui se destacam o Parthenon, templo em ruínas construído em homenagem a deusa protetora Atena e o Templo de Athena Nike, em homenagem a Nike, deusa da vitória. Tudo muito grandioso, imponente e rico em detalhes.
Continuando nosso passeio por Atenas, o que mais me chamou a atenção, ali do outro lado da avenida, saindo da Acrópole, está o Templo de Zeus Olímpico. Foi o maior templo grego, com 106 colunas de 17 metros de altura, onde hoje restam apenas 16. Mesmo só com o que restou fiquei impressionada, senti uma energia muito grande nesse lugar. Sabemos que pela história, Zeus é o mais poderoso de todos os deuses e ali está uma pequena amostra de toda a crença de um povo. É demais!
As ilhas gregas
Bom, depois de uma viagem aos templos e a história antiga, finalmente chegou o dia de conhecermos Santorini. Esse foi o destino escolhido por mim e meu marido para comemorarmos nosso terceiro ano de casamento, com uma terceira lua de mel! Entre tantas e tantas ilhas escolhemos ficar só em Santorini pela falta de tempo e pelas pesquisas ser uma das mais bonitas.
Pegamos um ferryboat no porto de Pireus e encaramos as oito horas de viagem! Mas passou rapidinho, é um barco grande com uma estrutura ótima, lanchonetes, poltronas confortáveis, filme e um soninho, quando você vê já chegou! Passamos por duas outras ilhas pelo caminho, com paisagens lindas, mas nada comparado à chegada em Santorini.
Santorini é uma ilha vulcânica, no formato de uma lua crescente e com penhascos altíssimos. Tem em seu centro a Caldeira e outras ilhas próximas; para completar o cenário, as casinhas brancas penduradas nos rochedos entre domos ortodoxos, os quais tornam a ilha mais do que especial.
Nela, há várias vilas, mas as mais conhecidas são Fira pelo seu centro comercial e agito noturno e Oia, famosa pelo seu pôr do sol. Escolhemos ficar em Fira e já no primeiro dia saímos para conhecer a vila. O centro histórico é uma graça, as ruas estreitas, cheias de lojas e casinhas brancas, que a gente se perdia ali.
Não perdemos o primeiro pôr do sol da nossa estadia na ilha, e mesmo estando em Fira foi um anoitecer maravilhoso, muitas pessoas apreciando a paisagem, conversando baixinho, alguns namorando, outros apenas sentados sozinhos, num momento de paz com o mundo.
No dia seguinte, fizemos um passeio de barco até a cratera do vulcão, em seguida fomos à piscina de água quente (que não era tão quente assim, pois a água saía da cratera e misturava com o mar, ficava morna para fria). Confesso que esse era um passeio que eu mais ansiava. Li muito a respeito falando que as praias de Santorini não têm areia e sim pedras, mas deixei isso de lado me imaginando dando altos mergulhos do barco naquele mar azul… só não me contaram e não li em nenhum lugar que a água era tão fria! Mas muito fria mesmo! Pense numa água de geladeira… Conhecemos um casal de portugueses que para eles a água estava ótima, mas para nós… era difícil! Mas mesmo assim eu mergulhei! Como eu iria voltar desse paraíso sem ter entrado na água não é mesmo?!
No outro dia, alugamos uma moto e fomos desbravar a ilha com suas praias mais distantes. Realmente não há areia em Santorini, a praia é cheia de pedras pequenas, fazendo você andar com cautela, mas mesmo assim muitas pessoas curtem a praia, crianças brincando e uma vista muito diferente do que estamos acostumados, as pedrinhas pretas juntam-se com o mar azul lindo se misturando com o azul do céu. É de se ficar horas ali apreciando tudo…
Com a moto andamos também pelas estradas dos penhascos, parando nos mirantes. Fiquei encantada em cada parada. É impressionante como a ilha é linda, em todos os ângulos, uma sensação maravilhosa estar ali.
Entre essas andanças fomos até Oia, ver o pôr do sol mais famoso do mundo. Realmente outro momento inesquecível. Muitas pessoas sentam nos muros da vila para ver a cena de cinema, cada canto é disputado até que o sol desapareça totalmente pela linha do horizonte. É incrível!
Outra curiosidade são os burrinhos. Quando chegamos vimos vários burrinhos de pelúcia nas lojas e depois entendemos. Do porto antigo até o topo, na vila, são 580 largos degraus. Para descer todo santo ajuda, mas para subir… E para ajudar os turistas que chegam de cruzeiro têm um serviço com os burrinhos, eles sobem e descem carregando as pessoas o dia todo. Outra opção, a que fizemos, é subir de bondinho.
Voltamos encantados com tudo. O povo grego é muito receptivo, disposto a te ajudar, inclusive pra você entender o que eles estão falando. Sabe aquele ditado “Estou falando grego?!”, pois é, eles falam grego mesmo! A gente não entende nada! Salve meu basic English!
Adoramos a viagem! A Grécia realmente é um lugar dos deuses!
“Το ταξίδι είναι πάντα καλό!”
(Viajar é sempre muito bom!)
texto e fotos: Graziela Scudeler
Graziela Scudeler é fotógrafa e escreveu esta matéria especialmente para esta seção da Revista Regional. O site dela é: www.grazielascudeler.com.br
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