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Post: Miss Schuster em entrevista exclusiva

Miss Schuster em entrevista exclusiva

Leila em seu ateliê, durante entrevista à Regional

Leila Schuster é ex-miss Brasil e representou o país no Miss Universo 1993. Dona da grife de camisas femininas, a Miss Schuster, que começou de um hábito de confeccionar camisas para si mesma, ela nasceu no Rio Grande do Sul e morou por 20 anos no Rio de Janeiro. Mas após se casar com o empresário José Luiz Gandini, a ex-miss se mudou para Itu, para onde transferiu seu trabalho e sua vida. Linda e super simpática, Leila recebeu a Revista Regional em seu novo ateliê, onde contou sobre sua trajetória, seu casamento, seu filho Klaus, sua transição para Itu e a história da grife de camisas femininas que está virando a cabeça das mulheres pelo Brasil.

Como começou sua vida de modelo e o que representa isso para você hoje?

Desde que me conheço por gente. Meus pais tiveram cinco filhas e todo mundo elogiava e minha mãe sempre dizia: “São minhas misses”. O mais engraçado é que ela dizia: “A Leila é o patinho feio”, porque eu nasci muito grande, morena, minhas irmãs eram mais loirinhas. E eu pensava: “Eu não sou patinho feio, não”. (risos) Eu cresci vendo concurso de miss no final dos anos 70 e começo dos 80, no ápice dos concursos, e sempre tive aquilo na cabeça. Eu cresci numa família tradicional gaúcha, vida tranquila, sempre brincando na rua, subindo em árvores, enfim, super saudável. Minha primeira oportunidade para participar desse mundo foi aos 13 anos, quando ganhei um concurso na escola, fui para uma segunda etapa, não venci, mas ganhei uma bolsa para uma academia de modelos. Eu passei a fazer desfiles em Porto Alegre e vários lugares no Rio Grande do Sul, até surgir oportunidade de ir para outros Estados. Com 18 anos eu vim para São Paulo, na época trabalhei na agência Ford Models e comecei a me soltar mais. Eu acredito que as pessoas nascem com um perfil a ser seguido e eu sempre tive esse pé na estrada.

Como foi ser Miss Brasil e o que isso proporcionou a você?

A oportunidade de notoriedade veio com o Miss Brasil. Eu tinha 21 anos, venci em 1993, fui para o Miss Universo e fiquei em sétimo lugar. Essa classificação me deu uma super disposição. Desde criança eu olhava aquelas 80 mulheres lindíssimas e eu estava lá em sétimo lugar. Achei o máximo. Então eu fixei base em São Paulo e vários trabalhos aconteceram. Meus pais sempre acharam que eu voltaria, mas eu acho que nunca tive medo, e se em algum momento tive, nunca desisti por isso, sempre acreditei que tudo daria certo.

Você chegou a morar fora do país?

Eu nunca morei fora, eu fazia um trabalho, passava um período, mas nunca morei de fato fora.

Como foi sua vida depois do Miss Brasil e Universo?

Com 23 anos eu casei e tive um filho. Naquela época era o ápice das meninas novinhas. Eu lembro que eu já tinha que mudar de profissão, já estava velha para isso. (risos) Acabei conhecendo uma pessoa, nos casamos e tivemos o Klaus [o filho único de Leila, atualmente com 15 anos]. Eu parei de trabalhar e foi ótimo porque eu pude me dedicar ao Klaus e voltar a estudar.

 

Você estudou o que?

Eu me formei em Comunicação Social – Jornalismo na época em que eu morava no Rio.

Quanto tempo morou no Rio de Janeiro?

Eu morei 20 anos no Rio e durante 13 anos eu fui casada. Digo que o Rio de Janeiro é minha segunda cidade, foi lá que trabalhei como apresentadora de TV e criei o ateliê Miss Schuster, então só tenho coisas lindas para me lembrar.

Como conheceu o José Luiz [Gandini, atual marido de Leila]?

Em 2008 eu me separei e logo no final do ano eu conheci o José Luiz. Eu não conhecia Itu, só mesmo o que todo mundo falava. Eu digo que foi uma flechada, logo de cara a gente começou a namorar, não teve essa coisa de nos conhecermos. Ele tinha os mesmos anseios que eu. Tinha tido uma relação, tinha filhos, quase a mesma idade e também queria uma relação legal. A gente se identificou muito, somos muitos parecidos em várias coisas. Esse imediatismo, vontade de viver, fazer as coisas sem medo e agora. Nós namoramos um ano em ponte aérea Itu-Rio. [risos] Durante um ano, pensando em casar, mas sempre protelando pensando no meu filho, no meu trabalho que estava no Rio. Foi uma “viradona” de página. Uma mudança de 180 graus. Depois de longas conversas, meu filho decidiu ficar no Rio, pois seria difícil para ele mudar tudo que está acostumado. Ele mora com o pai e eu vou a cada dez dias vê-lo, fico uns três ou quatro dias e volto. Mas nas férias e finais de semana prolongados ele vem ficar comigo.

Como é a relação do Klaus com os filhos dele?

No começo eles se estranharam, porque eram diferentes e tinham ciúmes dos pais também, apesar de nenhum deles demonstrarem. [risos] Eles viram que estávamos bem decididos e nenhum dos três é mimado a ponto de bater o pé quando quer algo, então aceitaram super bem, agora viajamos juntos e convivemos super bem.

Como nasceu a Miss Schuster?

Eu havia tido uma loja no Rio Grande do Sul em 1993, aproveitando a carona do Miss Brasil. Montei uma loja multimarcas que chamava “Leila Schuster”, mas eu não morava mais lá, então minha família que cuidava. Mas depois de uns três anos, tivemos uma crise e fechamos. Em 2005 eu comecei a dar uns cursos para modelos, porque muitas me procuravam porque iam participar de concursos e queriam dicas, então eu dei esses cursos em vários Estados. Um dos temas era moda, como fazer mala e como usar algumas roupas. Eu sempre apostei nas peças básicas em um closet feminino. Uma mulher não pode deixar de ter um bom tubinho preto, uma saia preta e camisas. Porque a camisa que você usa com jeans, você também usa com uma saia e salto para ir a eventos totalmente diferentes. Eu criava umas camisas para mim e as gurias achavam lindas. Uma amiga, que era dona de uma loja, sugeriu de fazer um coquetel e colocar umas camisas para vender. Meu primeiro pensamento foi: “Será que alguém vai comprar?” [risos] e o segundo: “Será que eu vou conseguir produzir?”. Mas eu pensei bem e achei que ia ser muito legal. Mandei fazer umas camisas pretas, brancas e rosas e vendemos tudo e ainda recebi muitas encomendas. Mas não existia grife nenhuma até então. Um dia eu dei uma festa na minha casa e ia receber a Gisele Bündchen que tinha ido desfilar no Fashion Rio. Eu dei uma peça a ela, cheia de cristais bordados. No dia seguinte liga uma repórter de uma revista e pergunta o que eu tinha dado para a Gisele, e eu disse que era uma peça da minha grife e ela perguntou o nome e eu disse a primeira coisa que veio na minha cabeça. (risos) Na esteira desse sucesso, uma amiga me disse para lançar na loja dela essas camisas e assim começamos.

A sua mudança para Itu mudou o que na Miss Schuster?

Eu fechei a empresa, em 2009, porque ia me mudar para Itu. Mas foi só uma pausa. Eu sou muito elétrica, jamais pensei em parar de trabalhar, mas eu precisava dar uma pausa para essa transição e tive que fazer uma pesquisa porque eu tinha que procurar mão de obra, clientes e até fiquei com medo de perder alguns. Então, eu entrei em contato com os lojistas dizendo que pararia por duas coleções, mas que voltaria. Ano passado eu reabri a empresa aqui, trouxe meu braço direito do Rio de Janeiro, o Daniel, e viajo cada vez mais, mas crio minhas coleções todas. Mas eu acredito que com esse tempo consegui aprimorar meu trabalho. Esse período que eu parei foi um período de reflexão, então me tornei muito mais crítica.

Mas ao que você atribui isso?

O começo foi muito rápido, mas depois eu vi que precisava me especializar, porque não ia queimar meu nome e meu trabalho. Então em 2009 e 2010 eu fiz. O José Luiz me ajuda muito, e uma das grandes alegrias e surpresas que eu tive aqui, foi uma mão de obra maravilhosa. Hoje eu digo com toda certeza que meu produto é superior ao que eu tinha no Rio. Pelo meu olhar crítico e pelos profissionais que eu encontrei aqui.

Há quanto tempo você montou se ateliê aqui?

O ateliê tem uns três meses. Mas vamos fazer uma inauguração e finalizar algumas coisas.

Como é a relação do José Luiz com a sua marca?

Ele dá uma super força, me admira, apoia e dá muitas dicas. Nós sempre trocamos figurinhas. Eu também dou meus palpites no trabalho dele. (risos) É super legal porque temos uma troca.

 

Tem algum estilista que lhe serve como inspiração?

Eu admiro muito o Giorgio Armani, a história dele, a figura, o controle de uma grande marca que não se vendeu para um grande grupo e que tem um perfil em suas coleções. Eu já gostava dele quando um dia eu fui jantar num restaurante dentro do complexo de lojas dele, e vi um homem de cabeça branca, roupa preta, agachado arrumando manequim às 10h da noite. Fiquei mais fã dele ainda, às 10h da noite arrumando vitrine. (risos) Não me contive e fui conversar com ele. Batemos um papo rápido e nem acreditava que ele estava sendo tão acessível. Desejou-me boa sorte e seguiu sozinho na escuridão de Milão. (risos)

Você tem clientes como Luiza Brunet, Ana Maria Braga e outras famosas. Foi uma surpresa para você?

A Ana Maria Braga foi. Eu levei um susto quando cheguei ao ateliê um dia e tinha uma mensagem dela. Achei até que era trote. (risos) Eu tinha mandado umas peças para revista Caras e a personal stylist da Ana gostou e pediu umas peças. Pois ela amou, usou no programa e ainda me ligou para dar parabéns. Além disso, têm algumas pessoas que não são famosas, que amam meu trabalho, que pedem de longe e isso me deixa muito feliz.

Quais são os planos futuros para a Leila?

Eu quero estar mais presente para os meus amigos. Eu os deixei meio de lado. Eu gostaria de falar e ver mais. Voltar a ser presente como eu costumava ser. De resto eu só tenho a agradecer, estou super feliz com meu trabalho e com tudo e espero continuar crescendo.

E quais são os próximos passos da Miss Schuster?

Divulgar o ateliê, receber pessoas aqui e estar sempre aberta para outros desafios. Além disso, nós temos o direito de confeccionar itens para grife Kia, que será vendida na internet. Então estamos criando uma coleção esportiva com camisetas pólos e comuns para homens.

entrevista, texto e foto: Gisele Scaravelli

 

 

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