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Semana Santa: um passeio pelas igrejas de Itu

Passeio revela os tesouros das igrejas ituanas

Monitorado por guias, os visitantes percorrerão quatro igrejas dos séculos XVIII e XIX localizadas no Centro histórico da cidade

A Prótur (Associação Pró-Desenvolvimento do Turismo da Estância Turística de Itu) disponibiliza o roteiro “Itu pelas igrejas, um passeio pela Roma brasileira”. As igrejas Nossa Senhora da Candelária, do Carmo, do Patrocínio e do Bom Jesus compõem o circuito, que pode ser feito às vésperas da Semana Santa.

Os visitantes podem realizar o percurso, de aproximadamente três horas, caminhando pelo Centro histórico da cidade. São orientados por guias treinados que apresentam dados históricos e curiosidades de cada igreja. Além disso, em alguns pontos do passeio, os grupos são surpreendidos com intervenções artísticas e musicais.

A cidade de Itu, que completou 401 anos em fevereiro, reúne mais de 50 igrejas nas zonas rural e urbana. Mais do que simplesmente espaço para exercício da fé, as igrejas têm forte presença da comunidade, que muito religiosa, nos séculos XVIII e XIX, se uniu para construir um conjunto de exemplares ricos em arte, arquitetura e história: pelo menos seis delas contam mais de 200 anos. Com obras assinadas por grandes nomes de pintores e escultores como Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, são as riquezas dessas construções e suas curiosidades que inspiraram o roteiro “Itu pelas Igrejas”.

Quatro tesouros ituanos

Quando Domingos Fernandes e Cristovão Diniz fundaram a Vila de “Outu-Guassu”, construíram uma capela devotada a Nossa Senhora das Candeias, no local onde hoje está a Igreja do Senhor Bom Jesus. A capela foi a primeira de uma série de templos religiosos que compõem a riqueza e singularidade do patrimônio paulista. Conheça um pouco das igrejas que fazem parte do circuito.

1 – Nossa Senhora Candelária

Altar da Matriz da Candelária, a "igreja de ouro"

A Igreja Matriz de Nossa Senhora Candelária foi construída em 1780, sob orientação do padre João Leite Ferraz, com a ajuda de fiéis que ajudaram com doações ou mão-de-obra no transporte dos materiais. É considerada pelos historiadores locais um dos mais belos exemplares do barroco paulista, foi o primeiro patrimônio tombado na cidade, em 1939, pelo Condephaat. O objetivo da construção era de mostrar que a sociedade ituana era uma das mais ricas da Província de São Paulo, portanto, a nave principal da Igreja recebeu um dos mais rebuscados estilos do barroco, o Rococó, pincelados a ouro. Recebeu depois sucessivas reformas, em que se destaca o trabalho de Ramos de Azevedo e de Paula Souza na fachada. No seu interior podem ser vistas obras valiosas de talhas e de pintura, de autoria de José Patrício da Silva, do Padre Jesuíno do Monte Carmelo e de Almeida Júnior. Na sacristia da Igreja encontram-se telas de Lavínia Cereda, renomada artista italiana, que retratou a Via Sacra, obras datadas de 1878.

Os antigos templos de Itu guardam riquezas incalculáveis

2 – Nossa Senhora do Patrocínio

A igreja foi idealizada pelo padre Jesuíno do Monte Carmelo, arquiteto, operário, autor de obras sacras, artista e devoto de Nossa Senhora do Patrocínio. Inaugurada em 1820, ficou famosa a partir de 1859, quando passou a abrigar um colégio para meninas, sob a responsabilidade das irmãs de São José. O Colégio Nossa Senhora do Patrocínio foi a primeira escola católica para as moças da elite do Estado de São Paulo. Nessa mesma época, a cidade abrigou o Colégio São Luiz, hoje estabelecido na avenida Paulista, em São Paulo. Padre Jesuíno do Monte Carmelo não chegou a conhecer sua obra-prima, inaugurada um ano depois de sua morte, o construtor foi enterrado no altar na Igreja. A arquitetura deste patrimônio histórico é singular, pois, não tem um estilo definido, sendo uma mistura dos períodos artísticos.

3 – Nossa Senhora do Carmo

Em 1719 foi construído, inicialmente, o Convento do Carmo pelo frei João Batista de Jesus. Sua edificação se deu por ordem de D. João V, atendendo ao pedido das Câmaras de Itu e Sorocaba. A Igreja do Carmo, de 1774, está anexa ao Convento e sua construção lembra traços arquitetônicos de um forte, por conta da presença de apenas uma torre lateral, um dos poucos exemplares que mantêm praticamente todas as suas características originais, a Igreja é destaque pela riqueza artística de seus monumentos e imagens. O altar-mor foi pintado por padre Jesuíno do Monte Carmelo, que segundo Mario de Andrade, quis representar uma festa no céu. Entre os anjos retratados por Jesuíno está um de cor mulata, origem do autor, que na época, causou alvoroço em uma sociedade branca.

Forro da Igreja do Carmo

 

4 – Igreja do Senhor Bom Jesus e Santuário

Secular imagem de Nossa Senhora da Candelária, padroeira da cidade

Seu construtor foi o padre Manoel da Costa Aranha. Ela foi erguida no local onde existiu a primitiva capela datada do século XVII e que, durante muitos anos, serviu como Matriz de Itu. Entre 1763 e 1765, a Igreja, em ruínas, foi reedificada e até hoje mantém a imagem de Nossa Senhora da Candelária, trazida pelos fundadores da cidade. O frontispício do Bom Jesus, com suas colunas severas e imponentes, imita o da Basílica Maior de São João de Latrão, “a Mãe das Igrejas”, em Roma, características trazidas pelo construtor francês Luiz Amirat, responsável pela fachada da Igreja. Ela abriga a imagem de Bom Jesus da Cana Verde, que está em destaque em seu altar, além de outros exemplares, como a de Santo Antônio, e o Santuário Nacional do Coração de Jesus, iniciada por padre Bartolomeu Taddei.

MAIS: Os interessados devem agendar a visita pelo site www.proturitu.com.br ou no trailer de informação para o turista da Prótur.

fotos: Rapha Bathe

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