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Post: A cidade perdida

A cidade perdida

Em Machu Picchu é possível sentir a energia da ancestralidade; a cidade é o principal marco do Império Inca; suas edificações têm seu alinhamento coincidindo com os períodos de Solstícios e foram baseadas em critérios astronômicos e rituais de consagração ao Sol, à Lua e às estrelas

O fogo que é a nossa essência vem das estrelas, e é para as estrelas que nossas essências retornarão…

 

…Aceitar o caminho do céu e da terra é “ser” receptivo!

É (re)conhecer o curso do universo…

E, (re)conhecê-lo é fazer parte do mesmo. É ser grande!

Sendo grande, podemos ir longe…

Muito longe, e indo longe, atingimos – por fim – nosso ponto de partida,

que é retornar à nossa ancestralidade, às nossas origens,

fazendo parte de um todo muito maior…

Atualmente, nosso maior problema – senão o fundamental deles – é termos nos afastado muito de nossa ancestralidade mais remota. Tudo isso por conta do imediatismo, do “momento”, da necessidade de consumir, etc.

Acabamos nos esquecendo, pela pressa e agitação, de observar um pôr-do-sol, as nuvens no entardecer, a lua cheia no céu, um vento no rosto, chuvas no nosso corpo, entrar em uma cachoeira numa tarde de verão, e o cantar de um pássaro em uma árvore bem pertinho de nós… Resgatar essa essência e nossa ancestralidade é fundamental!

Machu Picchu

Em Quíchua, Machu Picchu significa “Velha Montanha”, mas também é conhecida como “a cidade perdida dos Incas”. Ela está localizada no topo de uma montanha, no vale do rio Urubamba, a mais de 2.400 metros de altitude. Foi construída no século XV, sob as ordens do Pachacuti, e é um símbolo do Império Inca.

Infelizmente, hoje somente cerca de 30% da cidade é considerada ‘original’; o restante foi reconstruído. Na construção mais antiga podemos observar todos os encaixes entre as pedras maiores e as menores, com muito pouco espaço entre as mesmas.

A cidade perdida é constituída por duas grandes áreas: a agrícola – formada por recintos de armazenagem de alimentos e grandes terraços, e outra a urbana – onde se destaca a zona sagrada, com praças, templos, e os mausoléus reais. No meio dessas grandes montanhas, todos os templos, casas, etc., estão distribuídos de maneira extremamente organizada, destacando a grande capacidade dessa sociedade naquela época sem tantos recursos e materiais técnicos; tudo organizado e planejado para a passagem do Deus Sol.

Em 24 de julho, deste ano, foram comemorados os cem anos da descoberta de Machu Picchu pelo americano Hiram Bingham (professor da Universidade de Yale). Na realidade, foi redescoberta, pois em 1865 o italiano A. Raimondi passou a pé pelas ruínas e comentou quão escassamente povoada era essa região; e em 1867, o empresário alemão Augusto Berns estava interessado em explorar todas as riquezas do lugar.

Bingham, ao adentrar nessa região pelo cânion Urubamba, encontrou-se com o camponês Melchor Artega, que descreveu para ele que no alto daquela serra, cobertas por densa vegetação existiam ruínas de uma civilização muito antiga. Chegando ao cume, não acreditou no que viu, e descreveu em seu diário pessoal:

“Would anyone believe what I have found?”

(Acreditará alguém no que eu encontrei?)

 

Partindo de Cuzco…

Saindo de Cuzco por trem, a viagem até Águas Calientes, leva em média três horas e meia, com um visual fantástico entre vales, e montanhas cobertas com neve. Depois, são mais 30 minutos pela rodovia não pavimentada (Hiram Bingham) até chegarmos a esse lugar especial, considerado patrimônio mundial pela Unesco.

No local, temos a visão completa do vale sagrado, do templo principal, do Intihuatana (relógio e calendário solar), templo do Sol (Torreón), das três portas sobre os três terraços, dentre outros locais espetaculares.

Vários cientistas, pesquisadores, acreditam que todas essas construções foram baseadas em critérios astronômicos e em rituais de consagração ao Sol, Lua e às estrelas. Várias edificações têm seu alinhamento coincidindo com os períodos de Solstícios, com o azimute; e com o nascer e pôr-do-sol, em determinados períodos do ano, bem como o topo dessas montanhas que circundam esse local sagrado.

Uma vez só é pouco… Vale a pena voltar! Quem sabe na próxima pela trilha Inca (quatro dias de muita emoção, energia, ancestralidade, coração…)

“Não desistiremos de explorar…

E o fim de toda a nossa exploração será chegarmos ao lugar de onde partirmos…

E conhecer o lugar pela primeira vez”

(Eliot, T.S)

 

* Tarso Marraccini esteve este ano com a família conhecendo o Peru e a cidade perdida de Machu Picchu; ele escreveu este artigo especialmente para esta seção da Revista Regional.

VEJA MAIS FOTOS NA GALERIA ABAIXO

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